
O governo colocará em operação, no final de 2007, o Sistema Brasileiro de Alerta Precoce de Seca e Desertificação. A decisão foi reafirmada na última sexta-feira em evento realizado em São José dos Campos (SP) pela equipe do Programa Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos de Seca, o PAN-Brasil, do Ministério do Meio Ambiente (MMA).
No encontro, técnicos do MMA e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) definiram o modelo do sistema. Inicialmente, ele será operado de forma “piloto”, em benefício de cerca de 20 municípios (a serem definidos) situados nos nove estados da região Nordeste e dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo.
O sistema-piloto custará pouco diante da economia que pode propiciar. Segundo o coordenador do PAN-Brasil, José Roberto de Lima, a criação e operação do instrumento sairá por cerca de R$ 2 milhões. Quantia baixa, considerando que, ao antever a ocorrência de seca e da desertificação, e tomar medidas preventivas, o governo deixará de gastar cerca de R$ 5 bilhões em medidas de emergência para enfrentar o problema quando ele já está instalado. Verbas empregadas em frentes de trabalho, socorros de carros-pipa, fornecimento de cestas básicas, entre outras providências corriqueiras durante a vigência desses períodos. Com a iniciativa, o Brasil se torna país pioneiro no mundo na adoção de medidas preventivas na área. “Estamos cumprindo um compromisso assumido com a ONU. Largamos na frente”, afirmou Lima.
O mecanismo de prevenção contará com o satélite combinado com outros recursos, como o mapeamento das correntes climáticas, a análise de séries históricas, inclusive de fenômenos como El Niño e Lá Niña. “Depois da fase de testes, ao longo dos dois anos subseqüentes, pretendemos estender os benefícios do sistema a todas as regiões do País onde se façam necessárias”, disse Lima.
Além de identificar com precisão futuros problemas de seca e desertificação, o mecanismo prevê que o governo atue com o objetivo de desenvolver políticas públicas integradas, em conjunto com a sociedade, para preparar a população contra aqueles sinistros, sejam eles naturais ou causados pelo homem. Providências como cadastrar famílias, aumentar a produção de alimentos e armazená-los, mobilizar estudantes nas escolas, instalar cisternas, levantar barragens, vacinar o gado – se adotadas antecipadamente, podem minimizar os danos e ajudar as comunidades a atravessarem aqueles períodos difíceis com maior conforto. É muito importante, segundo Lima, que a população se agregue a esse esforço do governo.
O documento prevendo a instalação do sistema foi referendado, entre outros, por representantes do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco (Codevasf), da Agência Nacional de Águas (Ana), do Ministério do Meio Ambiente, do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (Sinima), dos setores de Geoprocessamento, de Zoneamento Econômico e Ecológico. Recebeu apoio também da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), da Universidade de Campina Grande, da Universidade Rural de Pernambuco e do Instituto de Meteorologia Nacional (Inmet).
Fonte: Assessoria de Comunicação – MMA
Argentina sedia Convenção da ONU

A quinta sessão do Comitê de Exame da Aplicação da Convenção (CRIC5) das Nações Unidas de Luta contra a Desertificação (CNULD) será organizada pelo Governo da República Argentina. A sessão pretende examinar os avanços alcançados até a data e adotar medidas concretas que conduzam à implementação da Convenção.
A desertificação é um problema mundial relacionado diretamente com a pobreza, a fome e a migração forçada que afeta a 2/3 da terra cultivável do mundo onde residem os mais pobres. Como consequência da degradação da terra, a superfície arável por pessoa está diminuindo, ameaçando seriamente a segurunça alimentar.
Desde 1990, 10 milhões de hectares de terra produtiva se perdem a cada ano devido à degradacão da terra, tanto que 70% dos 1,2 milhões de pessoas mais pobres do mundo vivem em áreas rurais.
E 135 milhões de pessoas no planeta se encontram em risco de ser forçosamente despalojadas devido à desertificação, o que poderia desencadenar potenciais conflitos sobre recursos escassos.
A CNULD é o único instrumento legalmente vinculante de alcance universal para fazer frente a esta crescente ameaça. Entrou em vigor em 1996 e conta com 191 países signatários.
O CRIC 5 acontecerá no Centro de Exposições do Predio Ferial da Rural, em Buenos Aires, Argentina e inicia dia 12 de março.
Mais informações
Veja no arquivo abaixo dados mais amplos sobre a reunião na Argentina.
Conscientização no carnaval
O Instituto Estadual de Florestas (IEF/RJ) vai promover durante o Carnaval uma campanha de conscientização em quatro unidades de conservação do estado que recebem um grande fluxo de visitantes. A operação reunirá 58 homens/dia, incluindo funcionários do órgão e policiais do Batalhão Florestal, em três Parques Estaduais – da Ilha Grande, do Desengano e da Pedra Branca – e na Reserva Ecológica da Juatinga.
– Nosso objetivo principal é o de orientação e conscientização dos visitantes. O ecoturismo é importante para o desenvolvimento sustentável, mas ele pode e deve acontecer sem degradação do meio ambiente – afirma a presidente do IEF/RJ, Yara Valverde.
A operação começa na sexta-feira (16/02) e até terça-feira haverá controle de trilhas, de embarcações e dos campings, além da segurança dos turistas, com o uso de três lanchas e oito veículos. Os participantes vão distribuir material de conscientização sobre a conduta consciente em unidades de conservação de proteção integral. A colaboração das comunidades tradicionais foi destacada por Yara Valverde como um exemplo da gestão ambiental participativa nas unidades de conservação, uma prioridade da atual administração do IEF.
O Parque Estadual da Ilha Grande teve sua área ampliada de cerca de 5,6 mil hectares para 12 mil hectares, abrangendo 62% da ilha – o decreto 40.602 foi assinado no último dia 2 pelo governador Sergio Cabral, com a presença do secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, e publicado no Diário Oficial do dia 13.
Cerca de 90% dos mais de 15 mil turistas que visitam a Ilha Grande procuram acampamentos, alguns dos quais funcionam de maneira irregular e estão incluídos dentro da área do parque. Entre as áreas prioritárias estão as praias oceânicas da Ilha Grande, como a de Lopes Mendes, um dos destinos mais procurados pelos turistas e que agora integra o Parque Estadual.
A Reserva Ecológica da Juatinga reúne cerca de 1,2 mil visitantes em praias como a de Martim Afonso e do Sono, que também vão merecer atenção especial. No Parque Estadual da Pedra Branca, com cerca de 1 mil visitantes/dia, a Represa de Camorim é um dos alvos prioritários do mutirão por conta de banhistas e caçadores, que também costumam agir no Parque Estadual do Desengano.
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