Recursos hídricos são insuficientes em ⅔ do semi-árido

da PrimaPagina – (PNUD)

Mapa das zonas críticas

Dois terços dos municípios do semi-árido correm o risco de enfrentar problemas de abastecimento de água até 2015. Um levantamento da ANA (Agência Nacional de Águas) aponta que a disponibilidade hídrica é insuficiente em 447 cidades do Nordeste e do norte de Minas Gerais — onde vivem quase 8,7 milhões de pessoas. Em 60,1% dos municípios da região, a oferta de água não é satisfatória. Em 6,2% dos casos, o sistema de distribuição não deve atender o crescimento da demanda ou os mananciais é que não vão comportar o aumento do consumo.

Os dados são do Atlas Nordeste: Abastecimento Urbano de Água — um levantamento da ANA que pode ser dividido em dois produtos. Um deles é uma ferramenta interativa que permite consultas a informações técnicas sobre a situação dos sistemas de abastecimento e de mananciais em mais de 1.200 municípios do Nordeste e do norte de Minas Gerais. O outro é um pacote de estudos sobre o fornecimento de água no semi-árido, com análises sobre o cenário atual, projeções sobre a demanda, previsão de investimentos e propostas de alternativas para contornar a ameaça de desabastecimento.

Quando se observa o universo de cidades analisadas pelo Atlas, a situação fica ainda mais preocupante. A oferta de água não é satisfatória em 754 municípios, onde vivem cerca de 26,3 milhões de pessoas. Em outros 71, que possuem 1,8 milhão de habitantes, a situação é crítica devido à incapacidade do sistema de fornecimento ou dos mananciais atenderem a demanda por água. Entre os municípios que sofrem ameaças de desabastecimento estão algumas capitais nordestinas, como Salvador (BA), Fortaleza (CE), Recife (PE), São Luís (MA) e Teresina (PI).

É possível, também, identificar certa relação entre a situação do abastecimento e a qualidade de vida nas 1.256 cidades analisadas pelo Atlas. Entre os 50 municípios de menor IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, uma adaptação do IDH aos indicadores regionais), apenas seis têm oferta de água satisfatória para atender a demanda até 2015. Já entre os 50 de maior IDH, são 30 os preparados para suprir o crescimento do consumo.

Com base no diagnóstico sobre as perspectivas futuras, os autores do atlas elaboraram uma série de planos alternativas — como a construção de estações de tratamento, de sistemas de captação e distribuição — tendo em vista um horizonte de 20 anos. Para a realização das obras propostas, a ANA estima que serão necessários investimentos da ordem de R$ 3,6 bilhões, dos quais R$ 2,4 bilhões seriam para municípios localizados na região semi-árida.

A quantidade de recursos que precisará ser investida varia muito caso a caso. Esse aporte tende a ser menor nos projetos realizados em municípios do Maranhão e Minas Gerais, que têm maior oferta de recursos hídricos (represas, rios, lagos, etc). Já em Estados como Piauí, Pernambuco, Paraíba e Maranhão, a maior oferta é de águas subterrâneas, que em muitos casos tem um custo mais elevado de exploração.

Opinião do leitor

A condição do semi-árido sempre foi preocupante, contudo com as transformações ambientais causadas pelo homem, a situação agravou-se mais. Mas nunca é tarde para tentar, com políticas públicas e conscientização social, minimizar esta realidade sofrida da comunidade local. Li, no sítio do MMA, sobre o Programa Água Doce, que beneficiará essa comunidade. Um dos pontos interessantes é o projeto de dessanilização, que envolve técnicos, parte social e ambiental. Isto mostra que é preciso não só ter consciência das necessidades, mas sim ter atitudes que conduzem à ação.

Liani Diniz – lianidiniz@ibest.com.br

O que é o semi-árido?

O Semi-Árido abrange os estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais, ocupando uma área de 976.743,3 km².

Compreende 1.132 municípios, com uma população de 20 milhões de habitantes, ou seja, 12,2% da população brasileira. Destes 20 milhões, 56% corresponde à população urbana e 44% à população rural.

Dos 1112 municípios considerados nos estudos do Atlas, 550 estão inseridos na região semi-árida (49,5%).

O semi-árido caracteriza-se por apresentar reservas insuficientes de água em seus mananciais. Apresenta temperaturas elevadas durante todo ano, baixas amplitudes térmicas, da ordem de 2 a 3º C, forte insolação e altas taxas de evapotranspiração. As chuvas apresentam totais pluviométricos irregulares e inferiores a 900 mm. Normalmente são superadas pelos elevados índices de evapotranspiração, configurando taxas negativas no balanço hídrico. A irregularidade das chuvas pode chegar a condições extremas, caracterizando os chamados anos de seca

Fepam dá prazo para obras emergenciais

A Fundação Estadual de Proteção Ambiental do Rio Grande do Sul (Fepam)deu prazo no final da tarde de sexta-feira (12) para que os interventores da União dos Trabalhadores em Resíduos Especiais e Saneamento Ambiental (Utresa), com sede em Estância Velha, concluam obras emergenciais com o objetivo de prevenir o agravamento da situação em que se encontra a empresa.

Conforme Ferrari as determinações, que tiveram o amparo do Comitê Gestor da Fepam, se não forem cumpridas acarretarão na suspensão das atividades da Utresa, com a conseqüente responsabilização dos problemas ambientais decorrentes. A empresa foi apontada como uma das principais causadoras da mortandade de peixes no rio dos Sinos ocorrida em sete de outubro de 2006.

A Fepam determinou a interdição imediata da vala 7, bem como a conclusão, em um prazo de sete dias, da bacia de acumulação dos percolados e o início da transferência dos mesmos.

A Fepam exigiu, ainda, a contratação emergencial em um prazo de 30 dias, por parte da Utresa, de auditoria independente, para identificação dos principais problemas, bem como de medidas de prevenção e correção, e elaboração de plano de obras e monitoramento dos riscos de poluição ambiental existentes, inerentes ao funcionamento da empresa.

A auditoria deverá abranger o inventário dos insumos da empresa (caracterização dos resíduos que a Utresa recebe para tratamento) e identificação de seus clientes (empresas de origem do resíduo). O plano da auditoria deverá ser apresentado à aprovação pela Fepam para estabelecimento conjunto dos prazos a serem cumpridos.

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