
Estudo ganhou prêmio da Capes.
Foto: (Coppe)
“Quando a cidade toma uma ducha, o que você faz com a água suja?”
A pergunta irônica feita pelo especialista americano em poluição urbana, J. A. Lager, inspirou Jorge Henrique Prodanoff, então doutorando do Programa de Engenharia Civil da COPPE, a se debruçar sobre um tema ainda pouco tratado no país: o impacto da poluição urbana sobre os corpos d’água após fortes chuvas. Orientada pelo professor Flávio Borba Mascarenhas, a tese de doutorado, intitulada “Avaliação da Poluição Difusa Gerada por Enxurradas em Meio Urbano”, recebeu este mês o Prêmio CAPES de tese na área de Engenharia I.
O estudo revelou que somente o tratamento dos esgotos doméstico e industrial não resultará na despoluição das áreas contaminadas. Mais do que a quantidade registrada de poluentes, o pesquisador chama a atenção para o caráter crônico do problema. “A estação de tratamento dá conta somente de uma parte da poluição, mas se não forem tomadas medidas adequadas de limpeza, todo o lixo produzido na cidade voltará para os corpos d’água”, alerta Jorge Henrique,
O pesquisador fez uma avaliação das cargas e das concentrações de poluentes gerados durante uma enxurrada para calcular o impacto ambiental nos rios e lagoas “Toda poluição proveniente da natureza ou gerada pelas atividades humanas – como folhas, fezes de animais, resíduos sólidos, poluição atmosférica etc. – se encontra espalhada pela cidade e depois de uma cheia acaba poluindo rios e lagoas”, explica Jorge Henrique, que durante um ano estudou a poluição provocada por enxurradas em três rios do estado do Rio de Janeiro: o Guandu, em Queimados, o Sarapuí, em Belford Roxo, ambos na Baixada Fluminense, e o Carioca, cuja nascente localiza-se no Maciço da Tijuca.
Outros estudos
A COPPE vai transferir tecnologia para o governo do Estado do Espírito Santo. O acordo, assinado no mês de novembro, prevê a aplicação do avançado programa computacional desenvolvido na COPPE, denominado “SisBaHiA®”, na recuperação ambiental e gerenciamento de recursos hídricos de toda a Região Metropolitana do município de Vitória e zonas costeiras adjacentes. Para desenvolver este trabalho,14 pesquisadores, coordenados pelo professor Paulo Cesar Rosman, da COPPE, vão desenvolver modelos computacionais para prever o comportamento dos recursos hídricos diante de vários tipos de interferências e impactos, que vão desde poluição a obras de saneamento.
Força-tarefa indica soluções para a Bacia do Sinos

A Fundação Estadual de Proteção Ambiental – Fepam, do Rio Grande do Sul está divulgando o relatório produzido pela Força-tarefa que atuou no episódio da mortandade de peixes no rio dos Sinos, ocorrida em 7 de outubro do ano passado.
O documento aponta 25 sugestões que permitem enfrentar a crise ambiental em que se encontra a Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos e Bacia Hidrográfica do rio Gravataí a curto, médio e longo prazos.
Veja as 25 sugestões apontadas no relatório:
1. Monitoramento quali-quantitativo das águas das Bacias Hidrográficas dos rios dos Sinos e Gravataí;
2. Medidas de gestão operacional nas concessionárias operadoras dos sistemas de abastecimento de água e tratamento de esgotos e campanha de mídia para o consumo responsável de água;
3. Aumento da capacidade dos Municípios das bacias hidrográficas dos rios dos Sinos e Gravataí para a coleta de esgoto cloacal;
4. Aumento da capacidade dos Municípios das bacias hidrográficas dos rios dos Sinos e Gravataí para tratamento de esgoto com a construção de novas ETE’s, melhoria das existentes e implementação de Programas de Limpeza Regular de Fossas Sépticas;
5. Elaboração dos planos de Saneamento dos Municípios das Bacias Hidrográficas dos rios dos Sinos e Gravataí com auxílio interinstitucional dos membros da Força Tarefa;
6. Termos de ajuste de Conduta e Instrumentos Legais que garantam a obrigatoriedade de ligação na rede de coleta de esgoto nos Municípios das Bacias dos rios dos Sinos e Gravataí;
7. Zoneamento para normatização de usos da água em lavouras irrigadas, especialmente na parte superior das bacias hidrográficas dos rios dos Sinos e Gravataí, incluindo a disseminação de melhores práticas de descarte de água nas lavouras irrigadas de arroz pré-germinado;
8. Zoneamento ambiental para o regramento de uso de solos nas bacias dos arroios Luis Raupf e Portão, criando critérios para o licenciamento de atividades produtivas nas esferas municipais e Estadual;
9. Fomentar a inclusão de todos os municípios das Bacias Hidrográficas dos rios dos Sinos e Gravataí no sistema integrado de Gestão Ambiental – SIGA/SEMA;
10. Fomentar a elaboração de Planos Ambientais Municipais para os Municípios das Bacias Hidrográficas dos rios dos Sinos e Gravataí com as mesmas bases de planejamento e ações de controle e licenciamento ambiental;
(segue ao lado)
Força-tarefa indica soluções para a Bacia do Sinos II
11. Criação da Agência Hidrográfica da região do lago Guaíba como instituição técnica de apoio aos Comitês de Bacia;
12. Aplicar o princípio do usuário pagador nas Bacias Hidrográficas dos rios dos Sinos e Gravataí com instituição de Cobrança pelo Uso de Água e a instrumentalização da Outorga (conforme metodologia anexa);
13. Incrementar as Áreas de Conservação Ambiental municipais e estaduais nos territórios das Bacias Hidrográficas dos rios dos Sinos e Gravataí, especialmente nos ecossistemas de banhado;
14. Atualizar os mapas temáticos existentes para as Bacias Hidrográficas dos rios dos Sinos e Gravataí, consolidando o Zoneamento Ambiental por Unidades de Paisagem realizado pelo laboratório de Geoprocessamento da Fepam, utilizando-o para elaborar critérios de licenciamento ambiental nos municípios e no Estado;
15. Elaborar junto ao DEFAP/SEMA, em conjunto com os Municípios das Bacias Hidrográficas dos rios dos Sinos e Gravataí o programa de Densificação e Aumento da Área de Mata Ciliar nas Áreas de Proteção Permanente;
16. Elaborar e implementar um sistema de Vigilância e Controle compartilhado entre os membros da Força Tarefa para as Bacias Hidrográficas dos rios dos Sinos e Gravataí;
17. Instituir Moratória de Dois anos para a pesca com rede de emalhar nas Bacias Hidrográficas dos rios dos Sinos e Gravataí;
18. Instituir a interrupção da mineração de áreas nas calhas dos rios em trechos e períodos críticos para as Bacias Hidrográficas dos rios dos Sinos e Gravataí;
19. Elaborar Programa de Capacitação e treinamento entre os membros da Força Tarefa para as ações de fiscalização, monitoramento e educação ambiental;
20. Criar consórcio de Municípios para o saneamento, instituindo o Fundo de Gestão Compartilhada para o Saneamento;
21. Elaborar Projeto de Lei para a manutenção no Estado do Rio Grande do Sul E Município de percentual Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA, atualmente cobrada pelo Ibama e transferida ao caixa único da União
22. Criar e regulamentar o Fundo Estadual de Defesa Civil;
23. Elaborar o Plano Emergencial de Oxigenação para as Bacias Hidrográficas dos rios dos Sinos e Gravataí com responsabilidades compartilhadas entre os membros da Força Tarefa;
24. Elaborar os planos de Bacia dos rios Gravataí e Sinos, consolidando o enquadramento dos padrões de qualidade de água;
25. Consolidar a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e suas vinculadas (FZB e Fepam) unificando os critérios de planejamento, gestão, controle, fiscalização, licenciamento, monitoramento e educação ambiental.
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