Europeus e seus rios – um exemplo a ser seguido

Cecy Oliveira – direto de Zurich (Suíça)

Pelo menos quatro países que têm no turismo um dos seus esteios de sua economia – República Tcheca, Hungria, Áustria e Suíça – têm dedicado a seus recursos hídricos atenção e cuidados exemplares.

Cada uma de suas principais atrações, seja a encantadora Praga – hoje já ostentando o título de segundo destino de fluxos turísticos da Comunidade Européia – ou a charmosa Salzburgo, sem falar em Viena, Budapest, Zurich ou Genebra, todas têm seus roteiros montados a partir de rios e lagos.

Conservando ainda os traços históricos e/ou medievais que dão sustentabilidade a uma potente indústria turística, estas cidades e países são exemplos importantes para a América Latina e o Caribe pelo cuidado com que tratam seus mananciais. São eles os eixos principais que direcionam o turista para o mergulho cultural e histórico.

O Rio Danúbio é a atração que emoldura as belas pontes de Viena e de Budapest, entre elas a dedicada à imperatriz Elisabeth (a Sissi, popularizada mundialmente pelos filmes protagonizados por Romi Schneider, na década de 60). O rio Vltava, em Praga, o lago Zurich, na cidade do mesmo nome; o lago Vierwaldsterstattersee, na cidade de Lucerna, com sua interessante ponte coberta e com o teto ostentando pinturas históricas; os rios Rhone e o Lago Lehman, em Genebra. Em qualquer manual ou mapa distribuído nos quiosques das estações de trem ou nas centenas de pontos turísticos a parte principal do roteiro sugerido é o lago ou rio que banha ou corta a cidade.

Afora a beleza secular de rios como o Danúbio – que se você tiver sorte se mostra azul quando o sol se reflete em suas águas – todos têm como traço comum a conservação e limpeza de suas margens e de seu interior onde as únicas presenças permitidas são pássaros aquáticos e barcos de turismo.

É claro que os milênios de história, reverenciada e reavivada diuturnamente para seus habitantes – principalmente crianças que estão sempre presentes em grupos ordenados nos principais pontos turísticos – e para os visitantes fazem uma grande diferença.

Mas o que se percebe mesmo é o carinho que os governantes e a população, e por extensão o turista, dedicam a esses recursos hídricos. Não se encontra um mísero papel de bala fora do lugar! Em muitos desses mananciais é possível ver o fundo tal a limpidez das águas. Mas eles sabem também que mais da metade do poder de atração do turismo que forra seus cofres de euros desapareceria se esses mananciais perdessem seu encanto.

Mesmo no inverno quando os dias são frequentemente nublados os rios e lagos europeus continuam a atrair hordas de turistas, principalmente asiáticos que com suas inseparáveis máquinas digitais vão registrando belas imagens.

Sem dúvida é mais uma lição para aprender com os europeus.

Hungria e República Tcheca

Praga – O Rio Vltava emoldura atrações como a praça da cidade velha, o gueto judaico, a Karluv Most (Ponte Karluv). Na margem oposta estão a Mala Strana, o castelo e uma vista deslumbrante.

Budapest – está às margens do Lago Balaton, o maior da Europa, mas é o Danúbio e suas belas pontes que unem as duas antigas partes da cidade – Buda e Pest. Há ainda as fontes termais sendo a mais famosa a de Gelert.

As cidades e seus rios:

Zurich – o Rio que banha a cidade é Limmat. As principais atrações estão em suas margens: a catedral Grossmunster, a igreja Fraunmuster, com vitrais de Marc Chagal. Mas é imperdível também ver o Lago Zurich ao entardecer.

Genebra – O Rio Rhone e o Lago Lehmann emolduram a cidade e dão visibilidade aos prédios históricos, o relógio de flores (com 6.500 diferentes tipos de plantas e os belos jardins. De maio e outubro o lago exibe o famoso jato de água que caracteriza a cidade.

Lucerna – O Lago Vierwaldsterstattersee cortando a cidade e os Alpes fazendo o pano de fundo fazem desta pequena cidade medieval um ponto de atração na Suíça. A Igreja jesuítica, dedicada a São Francisco Xavier fica na margem esquerda e tem belos altares de mármore. O Museu do Glaciar conta a história das geleiras que há 10 mil,ano cobriam a região.

Salzburgo – cortada pelo rio Salzach, é a terra de Mozart. A vista do castelo medieval Hohensalzburg (sobe-se de funicular) permite ver os meandros do rio e toda a cidade.

Viena – o Rio Danúbio canalizado em cinco braços banha a cidade. De abril a outubro é possível fazer o percurso de Viena a Budapest, de barco.

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