Dinheiro ganha vida nova

Camila Martins/UnB Agência

Em média o Banco Central joga fora 40 toneladas de papel-moeda por mês. O dinheiro, que um dia já serviu para comprar, iria para o aterro sanitário da Estrutural. Isso se não fosse uma pesquisa do Instituto de Artes (IDA) da Universidade de Brasília (UnB), que oferece outras funções para parte desse lixo. Depois do estudo, o dinheiro serviu de base para criação de agendas, blocos, envelopes e papel para forrar caixas. Tudo isso, graças ao esforço de 15 pessoas entre estudantes e professores do IDA, do Instituto de Química (IQ), do Departamento de Engenharia Florestal (EFL) e do Instituto de Ciências Biológicas (IB).

O processo de reciclagem já teve até seu pedido de patente registrado no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) há 10 anos, mas a resposta do órgão ainda não foi dada. A coordenadora do projeto Reciclagem de Papel-Moeda, Thérèse Hofmann Gatti Rodrigues da Costa, do IDA, conta que a técnica consiste em deixar o papel moeda de molho com um anti-impermeabilizante por 72 horas. Ao absorver a água, o material passa pelo processo comum de reciclagem: é misturado em água, soda cáustica e água oxigenada e depois cozido por 2 horas. A pasta resultante é moldada e colocada para secar em varais.

Segundo Thérèse, o maior desafio para fazer a reciclagem do papel-moeda era o fato dele ser impregnado com uma composição de produtos à base de formol, substância que serve para dar mais durabilidade ao papel. Essa composição oferece resistência à umidade, impedindo assim o processo de reciclagem. Depois de vários testes, com diversas substâncias químicas, os pesquisadores conseguiram retirar a resina do papel com um anti-impermeabilizante, já existente no mercado. Por esse método de reciclagem o reaproveitamento do papel é de cerca de 90%.

Desde o início do estudo, em 1994, o Banco Central já forneceu 600 quilos do papel-moeda picado. Os objetos criados a partir da reciclagem são comercializados nos eventos dos quais o IDA participa, como a Amostra do Reciclando Papéis e Vidas realizada, no salão Negro do Ministério da Justiça e o estande que o IDA montou no shopping Pátio Brasil para falar sobre a história dos suportes utilizados pelo homem para escrever, ambos em 2004. O dinheiro é reinvestido em recursos para o projeto de qualificação de egressos do sistema penitenciário do Distrito Federal Reciclando Papéis e Vidas

Pesquisadora

Thérèse Hofmann Gatti Rodrigues da Costa é doutoranda em Desenvolvimento Sustentável pela UnB e mestre em Arte e Tecnologia da Imagem pela mesma universidade. A pesquisadora atua nas linhas de pesquisa de papel artesanal, reciclagem de papel, desenvolvimento tecnológico e de materiais em artes como tintas, giz, pincéis e carvão. É coordenadora do projeto Reciclando Papéis e Vidas e da pesquisa Reaproveitamento das Fibras de Acetato de Celulose (que produz papel a partir de pontas de cigarro) da UnB.

Mestrado

Estão abertas até 15 de dezembro as inscrições de candidatos à seleção para o Curso de Mestrado em Ciência Ambiental da Universidade Federal Fluminense (UFF), para ingresso no primeiro semestre de 2007, com as Áreas de Concentração: Gestão Ambiental e Análise de Processos Socioambientais, sob enfoque interdisciplinar e com dedicação integral, segundo Resolução do Colegiado do Curso reunido em 11 de setembro de 2006.

A inscrição será realizada na Secretaria do Curso (horário de funcionamento das 09h00 às 12h00, de segunda-feira a sexta-feira), sala 412 (4º andar) do Instituto de Geociências, Campus Praia Vermelha, Boa Viagem, Niterói.

Informações: www.uff.br/cienciaambiental ou pelo tel: (21)2629-5936

Leave a Reply

Your email address will not be published.