
Foto: Deisy Batista
Mesmo com a invocação de todos os santos e as rezas de diversas religiões os mananciais do Rio Grande do Sul ainda assim continuam vulneráveis. O exemplo mais evidente é o da bacia do Rio dos Sinos que sofre as consequências de um desastre ambiental sem precedentes na história recente.
Repositório das águas de seus principais afluentes – entre eles o próprio Rio dos Sinos – o Lago Guaíba é palco, anualmente, de uma procissão fluvial. O ato ecumênico é carregado de simbolismo pois abrange a cerimônia da bênção das águas por representantes de várias religiões. De cada canto do Estado são trazidas amostras de águas das nascentes dos principais rios que servem ao ritual de consagração.
Nesta edição de 2006 pela primeira vez a Semana da Água está sendo muito mais do que uma celebração das águas. Ela está mostrando que ainda há um longo caminho a percorrer até que a população e os segmentos econômicos entendam a importância que os recursos hídricos e a sua correta gestão têm para o desenvolvimento sustentável do Rio Grande do Sul. Os alertas vêm se sucedendo, com estiagens e secas, que têm afetado gravemente a economia gaúcha alicerçada principalmente no agronegócio.
Ao lado da invocação divina há os que alertam para a necessidade de que a família e a escola participem mais da formação dos jovens e que eles sejam ensinados, “desde pequenos” a respeitar e defender o meio ambiente. Como diz a nutricionista Maria Jandira, que levou seus dois filhos para participar da Romaria. “Hoje a escola está dando mais atenção à educação ambiental mas as famílias deveriam ajudar também”. Ela arumenta que os maus modos dos jovens que jogam lixo no chão, pixam os lugares públicos, depredam árvores, demonstram que está faltando incutir valores morais na juventude, tarefa que a seu ver não cabe só às escolas. “Nossa geração não foi educada no respeito ao meio ambiente. Parece que tudo é válido. Por isso tem indústrias e prefeituras que acham que podem fazer do rio a sua lixeira particular”.
Um outro motivo de queixa é a omissão dos políticos em relação ao saneamento. Nas conversas paralelas durante a romaria não faltaram críticas as prefeitos, deputados, governadores e até candidatos a presidente.”É só ver nos debates que o tema saneamento está ausente” lembraram vários dos participantes. Com o desastre da bacia dos Sinos este tema foi levantado na imprensa e a cobrança deverá ser mais intensa daqui para a frente avaliam os ambientalistas.
Indignação e prioridade

Equipe traça as propostas para o Plano de Saneamento da Bacia dos Sinos
A questão da falta de serviços de esgotamento sanitário na maioria dos municípios brasileiros – e o Rio Grande do Sul não é exceção – vem sendo debatida pela Aguaonline desde seu primeiro número, no ano 2000.
Coincidência ou não a proposta do Plano de Saneamento para a Bacia do Rio dos Sinos foi apresentada há alguns meses como uma inovação nacional. Reflexo dos novos tempos ele pretende ser o primeiro plano de saneamento tendo como unidade a bacia hidrográfica. (Veja a edição 316).
Ex-presidente do Comitesinos e atual secretário-executivo do Conselho de Recursos Hídricos do Rio Grande do Sul o engenheiro sanitarista Paulo Paim é um dos incentivadores da proposta. Segundo ele o desastre ambiental ocorrido no Rio dos Sinos foi a gota que faltava para evidenciar que esta bacia está no limite tanto em termos de qualidade quanto de quantidade. “É óbvio que o despejo irregular configura uma transgressão à lei mas a gravidade é consequência das péssimas condições das águas da bacia que recebem lixo e esgoto doméstico sem tratamento de todos os municípios que a formam”, diz Paim.
Ele admite também que a verdadeira gestão das águas tem condições de minimizar o efeito de episódios como este e aponta uma das grandes vulnerabilidades a ser vencida: “É preciso uma participação maior da comunidade na defesa de seu rio” . Paim reconhece que um dos problemas é a falta de informação sobre o tema nos diversos segmentos da comunidade e até uma pitada de indignação que é ingrediente indispensável da cidadania.
Na opinião de Paulo Paim neste contexto de crise e de mobilização dos instrumentos do Estado (fiscalização ambiental, Ministério Público, Assembléia Legislativa) para debelar a crise é fundamental que todos se dêem conta de que a situação da bacia dos Sinos e das demais bacias da Região Metropolitana exige atenção, recursos e prioridade permanentemente. Sob pena de nem mesmos todas as bênçãos, de todos os santos, serem suficientes para evitar também uma crise futura no abastecimento de água.
Precisa-se de doutores
Precisa-se de Doutores para trabalhar em projetos do Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais – COPPE/UFRJ relacionados às linhas de pesquisa de “Processamento de Plásticos Biodegradáveis” e “Deposição de Filmes Finos”.
Os interessados deverão entrar em contato com a Profª Rossana Thiré
rossana@metalmat.ufrj.br ou com a profª Renata Simão – renata@metalmat.ufrj.br.
Chamada para trabalhos
Está aberta a chamada para trabalhos à CALMet 2007 , que acontecerá no período de 2 a 7 de julho em Beijing, China. O tema da CALMet 2007 se centrará em como usar as novas ferramentas e as estratégias inovadoras objetivando criar atividades efetivas para educação e treinamento em Meteorologia e Hidrologia.
Trabalhos e apresentações deverão ser enviados nas seguintes áreas
principais:
. Gestão de Programas em Educação e Treinamento (E&T) de Meteorologia,
. Recentes Experiências em Projetos de E&T em Meteorologia,
. Tecnologias Atuais e Emergentes para E&T em Meteorologia,
. Educação e Treinamento em Meteorologia.
Envie seu resumo/proposta on-line usando o Formulário de Submissão de Propostas, disponível no site http://calmet.ucar.edu
O prazo final para envio de resumos/propostas é 1 de dezembro de 2006. Para mais informação,na América do Sul o contato pode ser feito com o Dr. Ednaldo Oliveira dos Santos, membro do Grupo de Trabalho e do Comitê Organizador da CALMET: ednaldo@ppe.ufrj.br.
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