
A Universidade de Brasília (UnB) deu início, no dia 5 de setembro, à campanha de mobilização Consumo Inteligente. A ação – cujo objetivo é reduzir as contas de energia e água, por meio da utilização racional desses recursos – começa com a adoção de medidas de gestão do uso dos recursos. A campanha será dividida em três fases. A primeira informará aos professores, funcionários e estudantes quais medidas gerenciais estão sendo adotadas para baixar as contas. Na segunda, a comunidade universitária saberá como contribuir para ajudar a atingir a meta de redução de 20% das contas. Por fim, haverá uma divulgação dos principais resultados à medida que as metas forem alcançadas.
O lançamento foi realizado na manhã de terça-feira, dia 5 de setembro, no Salão de Atos no Prédio da Reitoria (3º andar). Participaram o reitor, Timothy Mulholland, pelo decano de Administração, Erico Weidle, o coordenador da Comissão de Gestão do Uso da Água, o professor André Luiz Aquere, do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental.
“Não colocaremos a culpa pelo consumo nos usuários, mas é preciso deixar claro que todos podem ajudar adotando comportamentos responsáveis”, afirma Weidle. Desde janeiro deste ano, ele coordena a Comissão Interna de Conservação de Energia (Cice), responsável por estudar e propor ações para o uso racional de eletricidade no campus.
Entre as ações já adotadas está a alteração no horário de desligamento da caldeira do Restaurante Universitário (RU). A partir de levantamentos feitos pela comissão, constatou-se que o equipamento, antes desligado às 18h15min., era responsável por um grande excedente na cobrança à universidade. Agora, ele pára de funcionar às 17h45min..
Com isso, a conta mensal do RU caiu de R$ 83.779,34, em maio de 2006, para R$ 46.071,18, em julho, com redução de consumo de 502 quilowatts (kW) para 156 kW, respectivamente. Com economia mensal de mais de R$ 37 mil, durante um ano, é possível usar esses recursos para renovar parte de sua frota de veículos ou destinar mais bolsas para projetos de pesquisa e extensão.
A partir do lançamento da campanha, estão sendo afixados banners nos principais pontos de circulação do campus, com informações sobre o uso racional de eletricidade. Nos próximos meses, começarão a ser veiculadas mensagens, chamando a comunidade para aderir à campanha.
Hidrômetros em todos os prédios
A redução das contas na UnB não tem uma única frente de ação. A instituição também tem uma Comissão de Gestão do Uso da Água. Entre as iniciativas, está a instalação de hidrômetros para medir o uso de água em todos os prédios da instituição. Responsável por 30% do consumo de toda a universidade, os ramais de entrada em ferro galvanizado do Instituto Central de Ciências (ICC) estão sendo substituídos por novos tubos de PVC de diâmetros adequados.
Atualmente, a UnB é abastecida por três ramais da Companhia de Saneamento do Distrito Federal (Caesb), que juntos reúnem cerca de 10 quilômetros de tubulação. Essa rede foi reorganizada com o intuito de evitar perda de água nos canos e tornar o abastecimento do recurso mais confiável. “Isso porque estamos conseguindo equilibrar a pressão da água nos diversos pontos do campus”, explica André Luiz Aquere.
Com a instalação e o monitoramento dos hidrômetros em todos os prédios, diz Aquere, será possível entender melhor como se dá o consumo desse recurso nos diferentes pontos da universidade. O trabalho de redesenho da rede de distribuição de água no campus só tem sido possível pelo trabalho integrado de professores do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, engenheiros e técnicos da Prefeitura do Campus e da Caesb.
Outra iniciativa importante da comissão é um estudo coordenado pela professora Carla Costa Teixeira, do Departamento de Antropologia, que pretende conhecer como a água é usada em todos os setores, desde banheiros e laboratórios até a limpeza. Estudantes de graduação e pós-graduação em Ciências Sociais e Engenharia Civil já trabalham, pela primeira vez em conjunto, para coletar dados que auxiliarão no desenvolvimento de uma nova metodologia de abordagem, tanto técnica quanto humana.
A hora de a comunidade participar
André Augusto Castro – Editor da UnB Agência
A Universidade de Brasília (UnB) aposta na atuação da comunidade universitária para reduzir ainda mais seu consumo de água e energia elétrica. Pega de surpresa em setembro de 2005 com a cobrança das contas das quais era isenta desde 1992 (pela Lei Distrital 227), a instituição viu-se obrigada a adotar uma série de medidas para racionalizar o uso desses recursos.
Agora, finalizada essa primeira etapa de ação institucional, a UnB busca o apoio dos usuários com a campanha de mobilização Consumo Inteligente – pelo uso racional de água e energia, lançada na manhã de terça-feira, 5 de setembro, no Salão de Atos da Reitoria.
“Ações desse tipo geralmente têm apelo inicial ao usuário, como se ele fosse irresponsável e dilapidasse esses bens. Mas acreditamos que primeiro temos de fazer nosso dever de casa bem feito, para que busquemos o apoio de quem freqüenta a universidade”, afirma o decano de Administração da UnB, Erico Weidle.
primeira redução significativa aconteceu logo na hora de firmar o contrato de demanda com a Companhia Energética de Brasília (CEB), em 2005, quando foi aprovada a Lei Distrital 3588/05 que revogava a lei que concedia isenção à universidade. Sem patamar fixo de consumo, a conta chegou a mais de R$ 800 mil e, com o documento assinado, baixou para cerca de R$ 450 mil. Mas mesmo com todas as iniciativas, a instituição ainda tem um passivo de aproximadamente R$ 3,6 milhões com a CEB, atualmente negociado na Justiça. Com a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), a dívida chegava a mais de R$ 1,2 milhão, mas foi parcelada em 12 vezes e termina em dezembro de 2006.
O reitor da UnB, Timothy Mulholland, explica ainda que os trabalhos das duas comissões ajudam, inclusive, a modernizar a infra-estrutura da universidade, uma vez que grande parte das instalações data da década de 1960, quando a instituição foi inaugurada. Com essa atuação, tudo que é muito antigo, está obsoleto ou apresenta defeitos será substituído e modernizado.
“Essa campanha que lançamos já tem em sua base o sucesso do trabalho das comissões. Agora queremos que nossa comunidade se sensibilize em relação a esse esforço. É até uma campanha cívica no sentido de assumirmos nossa responsabilidade e racionalizarmos o consumo”, aponta Mulholland.
Motivos para comemorar
Desde que iniciou seus trabalhos em janeiro de 2006, a Cice já conseguiu reduzir as contas de energia da universidade. Confira:
Alteração no desligamento das caldeiras do Restaurante Universitário (RU) – feita às 18h15, passou para 17h45. Com isso, a conta caiu de R$ 83.779,34 para R$ 46.071,18 em dois meses.
Renegociação do contrato de demanda para o Hospital Veterinário e Centro Olímpico – mesmo com aumento nas cotas de consumo, a universidade economizará mais de R$ 1,2 mil por mês porque não entrará mais na sobretaxa por usar energia acima dos valores contratados, como acontecia antes do ajuste.
Instalação de sensores fotossensíveis nos estacionamentos para ligar e desligar automaticamente as lâmpadas conforme variação de iluminação – economia estimada em 50%;
Sistema implantado este ano monitora aproximadamente 90% da carga instalada ligada à medição geral de energia do campus, analisando a demanda, o consumo e outras unidades elétricas consumidas em tempo real;
O sistema de iluminação dos estacionamentos do campus está sendo substituído por outro mais moderno e eficiente. Ao final, haverá uma economia de cerca de 50% do consumo de energia. Nesses locais, também serão instalados sistemas de automação que desligarão automaticamente metade das lâmpadas a partir de meia-noite.
Reduções no consumo de água
1992 – primeira ação de racionalização leva à economia de 26%, reduzindo consumo de 69 milhões de litros por mês para 51 milhões.
1996 – segunda ação reduz em 17% o consumo, chegando ao patamar de 41 milhões de litros por mês.
2006 – terceira intervenção já reduziu o consumo para 36 milhões de litros por mês.
(*) Nesse mesmo período, a comunidade universitária (professores, servidores e estudantes usuários de água) mais que duplicou, saindo de cerca de 15 mil pessoas de para os mais de 35 mil atuais.
Saiba mais:
… a UnB paga por toda a energia elétrica consumida no campus, inclusive a iluminação pública.
… ao assinar o contrato de demanda com a Companhia Energética de Brasília (CEB) em setembro do ano passado, a conta de energia da universidade baixou cerca de 40%.
… nos últimos 10 anos, o consumo de água da UnB baixou de 70 mil metros cúbicos para 36 mil metros cúbicos mensais. Nesse mesmo período, a população universitária triplicou.
… a UnB implantou, este ano, um sistema de monitoramento de energia. O sistema monitora aproximadamente 90% da carga instalada ligada à medição geral de energia do campus, analisando a demanda, o consumo e outras unidades elétricas consumidas em tempo real.
… o sistema de iluminação dos estacionamentos do campus está sendo substituído por outro mais moderno e eficiente. Ao final, haverá uma economia de cerca de 50% do consumo de energia. Nesses locais, também serão instalados sistemas de automação que desligarão automaticamente metade das lâmpadas a partir de meia-noite.
… 70% dos refletores usados para iluminação externa do Minhocão estão programados para desligar automaticamente às 23h30.
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