Ecologia é importante indicador de desenvolvimento

É necessário incorporar novos indicadores na formulação das políticas públicas para que haja desenvolvimento humano sustentável. A afirmação foi feita na manhã desta quinta-feira (17) pelo diretor do Centro Internacional Pierre Mendès France, Patrick Viveret, durante o seminário Os Novos Indicadores da Riqueza, promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), órgão consultivo da Presidência da República.

Viveret proferiu sua palestra a partir da sede do Banco Mundial em Paris, em videoconferência transmitida a todas as assembléias legislativas do Brasil e assistida também pelos participantes do evento, realizado no auditório do Programa Interlegis (Comunidade Virtual do Poder Legislativo).

Na opinião de Viveret (autor do livro Reconsiderando a Riqueza, publicado pela Universidade de Brasília), os indicadores econômicos utilizados no sistema capitalista são modelos criados após a II Guerra Mundial, num contexto em que as prioridades eram a reconstrução e a modernização industrial. Naquele momento, explicou o professor, foi necessário construir um sistema de valorização da produção de mercado, vinculado ao Produto Interno Bruto (PIB), e problemas relacionados à ecologia foram subestimados.

– Os problemas ligados à ecologia eram considerados secundários, hoje não são mais secundários, mas determinantes. O desafio ecológico é um desafio econômico de primeira magnitude – disse Viveret.

Indicadores como o PIB e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) não demonstram a verdadeira situação em que vive uma sociedade, afirmou o autor. Esses indicadores podem ser úteis ao sinalizar que não podem ser utilizados como fonte única de base para a elaboração de políticas públicas, acrescentou. Na sua opinião, o sistema de tomada de decisões deve levar em consideração também indicadores sociais e ambientais que abordem uma política sustentável.

– A diferença entre a realidade e o que os indicadores macroeconômicos apontam é a catástrofe, é a lembrança de que há uma diferença entre indicadores e realidades. Temos, por um lado, excesso de moeda na economia especulativa e, por outro, 3 bilhões de seres humanos em condição de pobreza – disse Viveret.

O palestrante ressaltou que as sociedades estão desenvolvidas materialmente, mas não em relação à ordem ética, emocional e espiritual. A nova abordagem de riqueza, disse Viveret , inclui uma visão “antro-política”, que abarca questões humanas, e não apenas as técnicas e mercadológicas.

Iara Borges / Repórter da Agência Senado

Fitoterápicos

Acaba de ser assinado o decreto que aprova a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, que tem o papel de garantir à população acesso seguro e uso correto de plantas medicinais e de remédios fitoterápicos.

A medida também busca promover a utilização sustentável da biodiversidade brasileira e o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria no setor.

Aprovada após cinco anos de discussão, a PNPM estabelece as linhas de ação prioritárias para o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, os medicamentos oriundos de plantas medicinais. Um dos objetivos da Política é consolidar as iniciativas de relevância no país e as recomendações nacionais e internacionais sobre o tema.

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