Operação conjunta Brasil-Paraguai destrói fornos de carvão vegetal

Walberto Caballero Achucarro- especial para a Rede Latino Americana de Jornalistas Ambientais (Red Calc)-

Uma operação sem precedentes, realizada de forma conjunta por instituições do governo paraguaio e do Brasil, prosseguiram com os trabalhos de destruição de fornos de carvão e autuação de caminhões de transporte na fronteira seca entre os dois países. A ação foi realizada na linha divisória entre os departamentos de Canindeyu e o Estado de Mato Grosso. Na oportunidade foram destruídos totalmente cerca de 120 fornos de carvão, por meio do uso de material bélico militar.

Estes fornos operavam em total irregularidade no lado paraguaio e brasileiro. Foram autuados cinco caminhões que operavam ilegalmente na área carregando a produção de carvão proveniente do Paraguai, sem contar com nenhum tipo de documentação para realizar o transporte de produtos florestais. Todos os caminhões autuados ficaram a cargo da fiscalização que determinou o depósito judicial para a alfândega do Paraguai.

Participaram pelo Paraguai instituições públicas como a SEAM (Secretaria do Ambiente), SFN (Serviço Florestal Nacional), Ministério Público, DIMABEL (Direção de Material Bélico militar), Polícia Nacional Ecológica, Forças Militares, Imigração, SENAVE (Serviço Nacional de Vegetação) e Alfândega, já de parte do governo brasileiro estavam funcionários do Ministério do Meio Ambiente através do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA).

Um informe de investigação do IBAMA revela que só uma indústria metalúrgica localizada em Dourados, Brasil, consome em energia mais de 5.000 toneladas de produtos florestais, cifra que constava nas faturas da Indústria. Presume-se que a matéria-prima provém da localidade de Capitan Bado, já que não existem no lado brasileiro indústrias florestais que se habilitem ao fornecimento sem terem programas autorizados de reflorestamento.

Foi detectado na oportunidade que proprietários brasileiros que operam no Paraguai exploram indígenas brasileiros na produção de carvão. Este fato será denunciado a Organizações Internacionais por constituir uma violação direta aos direitos humanos dos povos indígenas, anunciou o ministro do Meio Ambiente do Paraguai, Alfredo Molinas.

O IBAMA solicitará, pelas vias correspondentes, a formulação de uma Lei que proíba a exportação para o Brasil de produtos florestais a fim de frear o desmatamento no Paraguai. Este Operação se realiza para defender os últimos bosques que povoam a região oriental do pampa do contrabando e da instalação ilegal de indústrias florestais na zona fronteiriça há mais de 50 anos, contando com o apoio importante da ministra de Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, segundo disse o ministro paraguaio, Alfredo Molinas. A operação prosseguirá na zona de Amambay e Canindeyu durante os próximos dias.

Operação IBAMA (lado brasileiro):

Foram destruídos 50 fornos de produção de carvão, apreendido três caminhões com carregamento de carvão ingressado no Brasil de contrabando. O Ibama remeteu o carregamento ao Paraguai para procedimento aduaneiro. É a primeira vez que um produto florestal de ingresso ilegal foi devolvido pelo Brasil ao Paraguai.

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