Rússia confirma desvio do traçado de oleoduto para preservar lago

O Diretor Geral da UNESCO, Koichiro Matsuura, e a presidenta do Comitê do Patrimônio Mundial, Ina Marčiulionytė, estão aplaudindo a decisão tomada por Vladimir Putin, presidente da Federação Russa, de modificar o traçado do oleoduto que está sendo construído na Sibéria para evitar riscos na zona do Lago Baikal, inscrito na Lista do Patrimônio Mundial.

“Desejo felicitar o presidente Putin por esta decisão”, disse o Diretor Geral, que acrescentou: “Ao modificar o traçado do oleoduto, a Federação Russa mostra sua vontade de participar nos esforços internacionais de proteção do patrimônio comum da humanidade e de promoção do desenvolvimento sustentável. A UNESCO e seu Centro do Patrimônio Mundial elogiam o espírito de cooperação da Federação Russa na proteção de seu meio ambiente natural e seus recursos de água doce”.

A presidenta do Comitê do Patrimônio Mundial, Ina Marčiulionytė, declarou: “A decisão do presidente Putin é muito importante e particularmente positiva para o sítio do patrimônio mundial do Lago Baikal”.

O presidente Putin anunciou no mês passado que modificará o traçado do oleoduto que comunicará os campos petrolíferos siberianos com a costa do Pacífico. Com o novo traçado, o oleoduto evitará o lago Baikal, inscrito na Lista do Patrimônio Mundial desde 1996, e passará mais ao norte de sua vertente setentrional.

O Baikal, de 3,15 milhões de hectares de superfície, é o lago mais antigo e mais profundo do mundo. Tem 25 milhões de anos de formação e 1.700 metros de profundidade. Contém 20% da água doce não congelada do planeta e abriga grande variedade de espécies endêmicas de flora e fauna.

Habitat de espécies únicas

Foto: Pravda

A rota inicial previa que o oleoduto passasse a 1 km do lago, mas o trajeto foi desviado em cerca de 40 km ao norte, seguindo recomendações do vice-presidente da Academia de Ciências da Rússia, Nikolai Laverov.

“A rota deve passar ao norte da área nomeada por Laverov”, disse Putin durante um encontro de governadores regionais e o chefe da Transneft, a empresa responsável pelo oleoduto.

“Desta forma, estamos reduzindo significantemente os riscos ecológicos antes que a construção tenha início. Podemos considerar este acordo como final”, disse Putin. A Transneft havia informado que modificar a rota do oleoduto custaria até US$ 1 bilhão.

A área apresenta atividades sísmicas, e ambientalistas temem que eventuais terremotos possam causar vazamento de óleo e danos irremediáveis ao meio ambiente.

O Lago Baikal, considerado patrimônio da humanidade pela Unesco, é o habitat de uma série de espécies únicas, como o leopardo Amur.

Ambientalistas dizem que a decisão de Putin foi uma vitória. “Esta é uma vitória para toda a sociedade civil russa e não apenas o movimento ecológico”, disse Andey Petrov, porta-voz do Greenpeace russo.

Fonte: BBC

MMA esclarece posição brasileira sobre importação de pneus reformados

A discussão sobre a importação de pneus é tema de uma cartilha que o Ministério do Meio Ambiente lança neste mês. “Pneus: um problema ambiental e de saúde pública” descreve o cenário do debate e apresenta a posição do governo brasileiro a respeito. O Brasil é contra a importação de pneus reformados e de carcaças. O material de esclarecimento sobre a posição brasileira é direcionado para um público restrito e até o fim de maio estará disponível no site www.mma.gov.br.

Desde 1991 a importação desse produto é proibida no Brasil. No entanto, lliminares judiciais permitiram que, entre 1990 e 2004, mais de 34 milhões de pneus reformados entrassem no país. A importação aumenta o volume de resíduos e o passivo ambiental brasileiro, pois pneus usados só podem ser reformados uma vez. Depois disso, são resíduos de difícil compactação, coleta e eliminação. Essa é a justificativa do governo para proibir a entrada de pneus reformados no Brasil.

Considerado não biodegradável, o pneu é composto de metais pesados altamente tóxicos e de substâncias cancerígenas, como chumbo, cromo, cádmio e arsênio. Sua queima a céu aberto é proibida por emitir inúmeras substâncias tóxicas para a atmosfera. Além disso, estudo realizado pelo Ministério da Saúde, em 2003, revelou que em 284 municípios, os pneus foram o principal foco do mosquito da dengue. No leito dos rios, os pneus obstruem canais, córregos e galerias de águas pluviais. O Ministério do Meio Ambiente destaca na publicação, ainda, que o país não é contrário à reforma de pneus.

O assunto está em discussão no Congresso Nacional. A Organização Mundial do Comércio (OMC) também está analisando a posição do Brasil a pedido da União Européia (UE), cuja legislação estabelece que, a partir deste ano, pneus recortados ou triturados não poderão ser depositados nos aterros. Essa obrigação legal fez com que os europeus intensificassem a busca por países importadores de pneus reformados e carcaças. A UE gera cerca de 300 milhões de carcaças por ano. O Brasil é atraente para empresas reformadoras por possuir a maior frota de veículos dos países em desenvolvimento.

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