
Foto: Amphibious Bistort (Polygonum amphibium) in the Austrian Ramsar site Sablatnigmoor (Photo: Thomas Schneditz, 2004). May 2005.
O Dia Mundial das Áreas Úmidas comemora a assinatura da Convenção de Ramsar sobre as Áreas Úmidas, que ocorreu em 1971 na cidade de Ramsar, Irã. A Convenção de Ramsar oferece um marco para a cooperação internacional na conservação e gestão sustentável das áreas úmidas. O Dia incentiva as agências governamentais, assim como as organizações não governamentais e civis, a que empreendam ações dirigidas a sensibilizar o público em geral sobre os valores e benefícios das áreas úmidas e a promover a Convenção de Ramsar.
Esses ecossistemas cobrem entre 748 e 778 milhões de hectares ao redor do mundo e abrigam inúmeras espécies de plantas e animais, entre as quais se incluem aves, mamíferos, répteis, anfíbios, peixes e invertebrados. Entretanto, 50% das áreas úmidas do mundo desapareceram no último século como conseqüência das más práticas de drenagem, da contaminação, da irrigação, das guerras e das mudanças climáticas.
O tema deste ano, “As áreas úmidas como ferramenta para o alívio da pobreza”, pretende sensibilizar o público sobre o papel que desempenham esses ecossistemas na redução da pobreza: si tiverem uma gestão eficiente podem servir como salva-vidas para sair da pobreza. Isto é especialmente importante para a população rural de baixa renda, que representa 75% dos lares pobres do mundo. Os banhados (ou pântanos) constituem um meio primordial de sustento na área rural e podem ser de importância vital se falham outras fontes de renda.
Mais informações no site oficial do Dia Mundial das Áreas Úmidas 2006
http://www.ramsar.org/wwd/6/wwd2006_atext1s.htm
Aguaonline Pesquisa
Futuramente este espaço estará disponível somente aos associados do Clube de Amigos da Aguaonline
As áreas úmidas e as mudanças climáticas:
Análise da colaboração entre a Convenção sobre as Áreas Úmidas (Ramsar, Irã, 1971) e a Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
Este documento de debate examina as relações científicas e institucionais entre as mudanças climáticas e a conservação e o uso racional das áreas úmidas. Depois da introdução, na segunda seção do documento é passado em revista o estado do conhecimento sobre o impacto das mudanças climáticas nas áreas úmidas, incluídos os recursos de água doce, os recifes de coral e outras áreas úmidas costeiras e marinhas.
Estes impactos compreendem o aumento do nível do mar, a perda de cor dos corais, os efeitos hidrológicos, as mudanças na temperatura da água e as alterações da água disponível e sua qualidade. A função das Áreas Úmidas como fontes biológicas e sumidouros de gases causadores do efeito-estufa, em particular emissões de dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), é também objeto de análise, assim como as possíveis opções para reduzir as emissões de gases que causam o efeito-estufa mediante práticas de conservação e uso racional das Áreas Úmidas. Por último, são abordadas as estratégias para mitigar os efeitos adversos das mudanças climáticas e as dificuldades enfrentadas pelas sociedades e instituições para enfrentá-los.
Na terceira seção são examinadas as relações institucionais entre a Convenção sobre as Áreas Úmidas (Ramsar, Irã, 1971) e a Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudanças climáticas (CMNUCC). Esta seção contém uma visão global dos programas de trabalho pertinentes impulsionados por ambas as convenções. Nela se examina também o trabalho do Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o Convênio sobre a Diversidade Biológica (CDB) e o Fundo para o Meio Ambiente Mundial (FMAM).
Na quarta e última seção é feita uma resenha de uma série de ações propostas que podem ser executadas em conjunto pela CMNUCC e a Convenção sobre Áreas Úmidas. Estas ações propostas poderiam gerar uma cooperação que abarcasse a aplicação da duas convenções em vários níveis, como as secretarias das convenções, os órgãos de assessoramento científico e técnico, as conferências das Partes Contratantes, os mecanismos financeiros, assim, como uma maior coordenação em nível nacional. As ações propostas se justificam em relação a quatro grandes temas:
i. Promoção das relações entre as duas convenções;
ii. Previsão e monitoramento dos impactos das mudanças climáticas nas Áreas Úmidas;
iii. Função das Áreas Úmidas na adaptação às mudanças climáticas e sua mitigação;
IV Função das Áreas Úmidas na redução das emissões de gases que causam o efeito-estufa.
Veja este estudo, na íntegra, em espanhol no arquivo abaixo:
Capes dá acesso a periódico
Agência FAPESP
O Ministério da Educação (MEC) decidiu liberar parte do conteúdo disponível no Portal de Periódicos da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) a qualquer usuário de internet. A medida já está em vigor. O conteúdo liberado para consulta está reunido agora em um outro serviço, o Acesso Livre Capes.
Até então, a consulta estava restrita aos estudantes, professores e funcionários de 163 instituições de ensino superior no país. No Portal Acesso Livre, o visitante encontra resumos ou textos na íntegra (apenas na área de história) de dissertações e teses, informações sobre patentes e artigos completos de boa parte das publicações científicas, inclusive todas as disponíveis na biblioteca eletrônica SciELO (Bireme/FAPESP).
Alguns periódicos permanecem apenas com os resumos disponíveis.
O Portal de Periódicos, que continua no ar, registrou um grande salto no número de acessos nos últimos cinco anos. Em 2000, eram 9 mil acessos diários para 1,8 mil publicações disponíveis. No ano passado, foi registrada a média de 80 mil visitas por dia. O número de documentos catalogados subiu para 9,5 mil.
O endereço do Portal de Periódicos é http://acessolivre.capes.gov.br.
O valor econômico dos banhados
A valoração econômica pode ser definida como uma tentativa de atribuir um valor quantitativo e monetário aos bens e serviços prestados pelos recursos ou sistemas ambientais, mesmo que se conte ou não com preços de mercado que possam permitir uma comparação.
Quando não existem preços de mercado (por exemplo, para serviços de controle de inundações, serviços de mitigação de desastres, prevenção da erosão), o valor se estabelece segundo a disposição a pagar pelo bem ou serviço, mesmo que na prática se pratique ou não esse pagamento.
Um dos principais problemas para estimar o valor de um ecossistema se coloca quando os serviços prestados, por exemplo, um regulamento relativo às mudanças climáticas ou à conservação da diversidade biológica, beneficiam a comunidade mundial. Entretanto, nesta breve introdução não abordaremos a valoração dos serviços dos ecossistemas mundiais.
Por que se deve estimar o valor de um ecossistema?
Freqüentemente os ambientalistas questionam a necessidade de pôr sempre um preço na natureza e afirmam que esta tem um valor intrínseco, que é nosso sistema de apoio à vida a longo prazo, razão mais do que suficiente para protegê-la. Por certo, têm toda a razão, mas lamentavelmente a realidade da vida neste planeta nos demonstra que muitas pessoas não compartilham essa opinião; especialmente (ainda que não sejam os únicos) os que passam fome e compreensivelmente tratam de obter das Áreas Úmidas o máximo proveito possível a curto prazo. Se hoje têm fome, não se preocuparão com o que possa acontecer amanhã e, muito menos, daqui a 20 anos!
Mas os que vivem nos países em desenvolvimento não têm o direito de poder aplicar este critério de curto prazo.
Há pelo menos duas boas razões para realizar uma valoração dos serviços e bens que prestam as Áreas Úmidas:
1. Em épocas de dificuldades financeiras, não é fácil para os que devem tomar decisões governamentais gastar o dinheiro dos contribuintes em afetividades ambientais, especialmente se não contam com um amplo apoio do público. A valoração das áreas Úmidas é um modo de estimar os benefícios que o ecossistema oferece à população e permite aos especialistas financeiros realizar um estudo de custos e benefícios que talvez seja favorável para os investimentos ambientais.
2. A outra boa razão é que o público nem sempre tem consciência do valor das Áreas Úmidas. Há muitos que pensam que só servem como focos de mosquitos.
Se forem dadas provas objetivas dos benefícios monetários e não monetários que se obtém com as áreas Úmidas, os ambientalistas obterão seu apoio.
A valoração econômica não é uma atividade singela e carente de conflitos. Muitas vezes depende do que a população percebe como repercussões (positivas ou negativas) que as Áreas Úmidas têm em seu bem-estar.
Em teoria, o valor econômico de qualquer bem ou serviço se mede segundo o que estamos dispostos a pagar por esse bem, menos o que custa seu provimento. Mas muitas vezes, o valor surge da estimativa da disposição a pagar, mesmo que na prática se faça ou não pagamento.
Veja a íntegra deste estudo, em espanhol, no arquivo abaixo:
Leave a Reply