
O Cempre e o Instituto Design e Natureza anunciaram, no dia 1º de dezembro, o resultado do prêmio “CEMPRE + Design – Resíduo”, promovido para incentivar soluções criativas de design para a reutilização e reciclagem de resíduos sólidos industriais e resíduos sólidos pós-consumo.
Durante uma cerimônia realizada no Museu Brasileiro da Escultura (MuBE), em São Paulo, com a presença de cerca de 200 pessoas, foram revelados os dois vencedores de cada categoria (profissional e estudante), que ganharam entre R$ 1 mil e R$ 5 mil.
Dos 343 participantes (dois deles internacionais), 57 chegaram à final. Os projetos foram avaliados por um júri formado por profissionais das áreas de design, meio ambiente e da indústria. O Estado de São Paulo teve o maior número de inscrições (49% na categoria profissional e 77% na categoria estudante) e o plástico rígido, o PET e as latas de aço apareceram entre os três materiais mais utilizados (em 29%, 20% e 13% dos trabalhos, respectivamente).
Por ser a primeira edição do prêmio e explorar um segmento novo, superamos todas as expectativas e consideramos a iniciativa um sucesso”, afirma Juliana Nunes, presidente do Cempre. Segundo Miriam Mirna Korolkovas, professora-doutora da Faculdade Santa Marcelina, “os produtos e as criações podem demonstrar a preocupação que temos em preservar o meio ambiente. Trabalho essa visão em sala de aula e, por isso, apoiei a premiação e mobilizei cerca de 50 participantes”.
Para Silvia Azevedo Farias, diretora de redação da Revista CASA Claudia, “ao criar essa premiação, o Cempre valorizou o design sustentável e estimulou um novo perfil de consumidor, interessado na conservação do meio ambiente”. José Taragano, diretor de embalagens da Klabin, completa: “Esse prêmio tem valor pessoal (artistas), cultural (obras) e social (impacto positivo ao meio ambiente) O resultado dos trabalhos surpreendeu pelo uso racional dos materiais e pelo design arrojado.”
Papel com amido de batata
Na fabricação do papel, os produtores normalmente utilizam o talco (silicato de magnésio) para aglutinar as fibras de celulose. Essa técnica também é usada para garantir uma série de propriedades exigidas pelos consumidores.
Na Finlândia, grupos de pesquisa das universidade de Helsinki e Joensuu e do Centro Nacional de Pesquisas Técnicas criaram uma alternativa ao uso do mineral na produção das folhas de papel. Eles desenvolveram uma substância a partir do amido da batata que, afirmam, se comporta até melhor do que o talco.
Uma das qualidades anunciadas pelos finlandeses está no peso do novo produto. Os testes mostraram que, com o amido, uma folha chega a ter até 30% menos de massa. Isso, de início, diminuiria o custo da distribuição do papel da fábrica para os revendedores e pontos de venda. A falta de mineral nas folhas também faz com que as cores, durante a impressão, rendam mais, segundo os cientistas.
Se os produtores poderão ganhar no futuro – o desafio agora é tornar a produção do papel à base de amido mais barata –, a grande vantagem do novo método está na questão ambiental. Com o amido no lugar do mineral, a reciclagem é facilitada. Isso porque todos os constituintes podem ser processados integralmente, o que não ocorre hoje.
Os finlandeses já registraram três patentes relacionadas com o desenvolvimento do papel de amido. A expectativa, segundo o Centro Nacional de Pesquisas Técnicas, é de uma boa aceitação do novo produto. Além da utilização da substância à base de amido de batata no papel, outras aplicações poderão ocorrer, também, nas indústrias de plástico e de tinta.
Fonte: Agência FAPESP

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