
Cecy Oliveira – especial de São Paulo
Ao abrir os trabalhos sobre “Instrumentos de Gestão – Indicadores e Sistemas de Informações”, da Conferência Internacional sobre Governança e Sustentabilidade, promovido pelo Senac-SP, o coordenador da mesa, Ladislau Dowbor, disse que o enfrentamento da pobreza passa pelo estabelecimento de um programa de desenvolvimento. Mas só há desenvolvimento com a participação da sociedade civil. E a participação da sociedade só é possível se ela tiver acesso à informação qualificada.
Dowbor considera indispensável a disseminação de mais informações para que a população possa participar ativamente da construção de soluções ou alternativas. O desafio atual, segundo ele, é criar mecanismos para manter a sociedade bem-informada, de forma ágil, democratizando as informações.
Nas conversas dos intervalos os estudantes que deram sua opinião à reportagem da Aguaonline já haviam ressaltado este aspecto. Segundo eles tanto os especialistas como a imprensa pecam no uso de termos técnicos o que alija a população do entendimento dos fenômenos ligados à problemática da aula. “Quando vejo no jornal que tal manancial sofre com a eutrofização fico imaginando quantas pessoas que lêem essa matéria vão entender o que está sendo dito”, observa Adriana, uma das estudantes, sugerindo a multiplicação dos eventos e ampliação de sua abrangência para um público mais heterogêneo. “Quando percebemos que o problema não é só nosso, é vivido também pela população de outros países é mais fácil entender o sentido global do Meio Ambiente”, acrescenta Maiara.
A editora da Aguaonline viajou a São Paulo a convite do Senac-SP.
Livro amplia conhecimento sobre a água

Administrando a água como se fosse importante – gestão ambiental e sustentabilidade é o nome do livro lançado durante a Conerência Internacional sobre Governança e Sustentabilidade promovida pelo Senac – SP.
O livro contém uma série de artigos de especialistas em meio ambinte que opinam sobre como colocar em prática alguns conceitos sobre o tema e trazem experiências do Brasile do mundo sobre gestão de recursos hídricos.
Os organizadores são Ladislau Dowbor e Renato A. Tagnin que dividiram a publicação em três partes. A primeira aborda conceitos gerais e experiências internacionais sobre desenvolvimento sustentável e recursos hídricos. A segunda indica questões a enfrentar nessa área e vivências brasileiras e a terceira analisa riscos, caminhos futuros e propostas para a solução das questões ambientais.
O livro se encontra à venda na editora Senac-SP – www.editorasenacsp.com.br/, ao preço de R$ 45,00.
Entendimento entre mídias e fontes
O complemento deste tema foi desenvolvido no painel “Espaços de participação, articulação e assimetria dos Atores”. Ao falar sobre o trabalho da Fundação Banco do Brasil através do projeto da Rede de Tecnologia Social, Almir Paraca, concordou que o gerenciamento integrado de recursos hídricos exige a participação legítima dos diversos segmentos.
Para ele, isso só poderá ser alcançado de fato se as comunidades locais estiverem organizadas e sensibilizadas o suficiente para criar canais efetivos de participação.
Para ele o exemplo do trabalho da Fundação é uma síntese de saberes: popular, tecnológico e acadêmico de diferentes esferas da sociedade. Um dos objetivos, segundo ele, é transformar o conhecimento em ações concretas que podem ser disseminadas através de políticas públicas.
O jornalista André Trigueiro, professor de Jornalismo Ambiental na PUC-RJ, acha que o espaço sobre questões ambientais tem aumentado na mídia mas que ainda falta diálogo entre os que detêm o conhecimento e a imprensa. “Não há diálogos construtivos, tampouco nossos jornalistas são capacitados para entenderem o assunto”, reconhece.
Em sua opinião falta o que chamou de “lobby do bem”, isto é, maior empenho de cientistas e pesquisadores na divulgação de trabalho de modo a ser entendido pela população.
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