
Os participantes do Contraforo de Davos ou Foro Alternativo de Davos, na Suíça, elegeram as empresas Dow Química, Nestlé, Shell, Wall Mart e KPMG entre 24 multinacionais propostas por ONGs de todo o mundo. O evento foi realizado paralelamente ao Foro Econômico de Davos, que reúne as grandes potências econômicas do mundo todos os anos.
O prêmio é uma pequena escultura de madeira escura que representa um globo ocular rodeado de dois arcos de metal dourado. A plataforma Olho Público em Davos é encarregada de realizar a seleção dos ganhadores, que devem representar o lado negativo da globalização econômica.
A Dow Chemical, dos Estados Unidos, foi eleita na categoria direitos humanos por não assumir suas responsabilidades na catástrofe na cidade indiana de Bhopal, onde um problema em suas instalações causou a morte de mais de 20 mil pessoas em 1984.
A petrolífera Royal Dutch/ Shell ganhou pelos prejuízos ao meio ambiente na Nigéria, onde queima gás ao ar livre e não limpa as zonas afetadas por seus despejos desde 1956.
Por seu comportamento impositivo a empresa financeira KPMG recebeu o chamado Prêmio de Castigo por utilizar técnicas agressivas de evasão fiscal, retendo dinheiro no pagamento de impostos. Pelas condições precárias de trabalho, obrigatoriedade de horas extras e pagamento de salários muito baixos na África e Ásia, a estado-unidense Wal-Mart foi eleita na categoria irresponsabilidade laboral.
Mas o prêmio mais importante fui concedido à suíça Nestlé, que atua de maneira irresponsável em vários países da América Latina. O prêmio de empresa mais irresponsável, concedido pelo público através de uma votação pela Internet, foi dado à Nestlé por seus conflitos trabalhistas na Colômbia e suas agressivas campanhas de marketing para promover sucedâneos do leite materno, que prejudicam a amamentação especialmente em países em desenvolvimento, expondo milhões de bebês, impunemente, os riscos de um desmame precoce, com as conseqüências epidemiológicas, sociais e econômicas.
Na Bolívia, a Nestlé é acusada de contribuir indiretamente para a morte de pelo menos 28.000 lactentes. A companhia continua ofertando seus sucedâneos na Bolívia, como seu produto NAN 1, com etiquetas que mencionam “desde o nascimento”. Ou seja: vai contra a promoção pelo governo boliviano de uma alimentação e nutrição adequadas nos primeiros meses através da amamentação materna exclusiva.
No Brasil, a Nestlé é acusada de extrair água mineral sem a devida autorização. A líder mundial na venda de água engarrafada acumula uma série de irregularidades desde o lançamento de suas atividades no Parque das Águas, em São Lourenço, Minas Gerais. As denúncias partem do Movimento Amigos dos Circuitos de Águas Minerais (MACAM). Além de extrair a água no parque sem a devida autorização, a empresa está fazendo a desmineralização da água proibida pela lei brasileira , e de construir uma planta industrial sem um estudo de impacto ambiental e licença necessária.
Gás de lixão vira energia
A cidade de Guarulhos recebe nesta 6ª feira, dia 29/04, os prefeitos dos principais municípios das regiões sudeste e sul do país. Eles participarão da Oficina de Capacitação em Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, promovido em parceria com os Ministérios das Cidades e do Meio Ambiente e o Banco Mundial.
A finalidade é mostrar como as cidades podem desenvolver projetos de aproveitamento de gás emitido por aterros sanitários e lixões para gerar energia, o que reduz os danos ao meio ambiente.
Tal iniciativa se insere no contexto do Protocolo de Quioto, que prevê o controle da emissão de gás carbônico. Entre as medidas previstas está o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que permite aos países ricos a compra de créditos de carbono (ou seja, direito de emitir poluição) das nações em desenvolvimento, o que serve para abater as metas de dispersão de poluentes. Desse modo, países como o Brasil poderão receber investimentos estrangeiros destinados a projetos de desenvolvimento sustentável. A expectativa é que o mercado global de crédito de carbono atinja US$ 10 bilhões nos próximos anos.
Emissões de mercúrio
O governo dos estados Unidos baixou resolução determinando a redução em 50% da contaminação por mercúrio de usinas energéticas durante os próximos 15 anos, para proteger os fetos e crianças pequenas de danos ao sistema nervoso.
Segundo cálculos do órgão ambiental norte-americano (EPA) as 48 toneladas anuais de contaminação por mercúrio geradas pelas 600 usinas a carvão deverão diminuir para 31,3 toneladas em 2010.
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