Métodos populares para diminuição do aquecimento global

Rob Richley, London Press Service

Parece que a cada dia que passa surge uma nova justificativa para fazermos a nossa parte para reduzir o aquecimento global. Mas a maioria das mensagens de organizações internacionais e governos são “elitistas” e podem não convencer as pessoas comuns a reduzirem suas emissões de dióxido de carbono, principal causa do aquecimento do planeta.

Agora, uma abordagem “popular” pioneira está sendo usada no leste da Inglaterra, onde uma ampla parceria de negócios, escolas, indivíduos e de grupos ligados ao meio ambiente estabeleceu um grande desafio para a região.

Ao mesmo tempo em que o governo estabeleceu para o Reino Unido a tarefa de reduzir em 60% as emissões de dióxido de carbono (CO²) até 2050, o Community Carbon Reduction Project (CRed – Projeto Comunitário de Redução de Carbono) desafiou Norfolk a atingir a redução em metade do tempo até 2025.

O CRed acredita que nenhuma outra comunidade no mundo tem tal ambição, porém admite que atingir uma redução de 60% nas emissões de CO² vai ser uma tarefa árdua.

Um dos incentivos é que a região provavelmente sofrerá mais com as mudanças climáticas do que o resto do Reino Unido por causa da erosão da costa. Muitas comunidades costeiras lembram-se das devastadoras enchentes de 1953 e temem a combinação de verões mais tempestuosos e o aumento do nível do mar.

A força motriz por trás do CRed são os climatologistas da Universidade de East Anglia (UEA) em Norwich, centro de pesquisas inovadoras sobre a forma como o clima está mudando e o que deve ser feito sobre isso. A Unidade de Pesquisa de Clima de UEA é um líder mundial e o Centro de Tyndall reúne especialistas à procura de respostas sobre as mudanças climáticas.

O CRed escolheu diversos parceiros, inclusive arquitetos, empresas de engenharia, o grupo de ativistas Friends of the Earth, empresas de alimentos, estaleiros, um sindicato de comércio, uma empresa ferroviárias e autoridades locais.

Ele aponta que a cada ano, aproximadamente nove toneladas de CO² são liberadas por cada um dos habitantes de Norfolk, quantidade essa suficiente para encher cinco balões de ar quente. Para reduzir as emissões em 60% até 2025, é necessário que todos cortem o equivalente a três balões de ar quente.

O CRed já atingiu muitos sucessos, inclusive persuadiu a diocese de Norwich a instalar painéis solares no telhado de algumas igrejas. Todas as igrejas foram construídas no eixo leste-oeste e, por esse motivo, possuem grandes telhados com face para o sul, perfeitos para a instalação de painéis solares que irão transformar a luz do sol em energia ecológica e limpa para o aquecimento do prédio.

O Bispo de Norwich, Rev. Graham James, é um dos conselheiros do CRed e afirma: “É uma das melhores coisas que surgiram nessa região nos últimos anos”. Um dos focos principais do CRed é a educação e o projeto fundou um Clube de Energia Escolar no mês de setembro. Isso fornece uma ferramenta on-line que permite que os diretores da escola usem as fontes de energia de forma eficaz e fornece recursos educacionais para auxiliar os professores a explicar o uso da energia a seus alunos.

A equipe do CRed ajudou recentemente os alunos da St Thomas Moore school a conduzirem a uma avaliação sobre a energia e a observar o que poderia ser feito para minimizar o uso da energia. O professor Tony Hedges disse que a auditoria foi fundamental para despertar a consciência dos alunos e acrescentou: “As crianças são o futuro, são elas que irão controlar o mundo e cabe a nós dar a elas as habilidades para tal”.

Um dos menores parceiros é o Strattons Hotel em Swaffham, que ganhou reputação mundial em excelência ambiental desde que foi aberto em 1990 por Les e Vanessa Scott. Em 2003, Strattons ganhou o troféu de ouro do English Tourist Board durante a premiação British Airways UK Tourism For Tomorrow.

“Todos os aspectos do negócio são questionados, como é possível fazer isso de uma forma melhor e mais sustentável” afirma Vanessa Scott. “Explicamos aos nossos hóspedes como a troca dos pequenos sabonetes e vidrinhos de artigos de toalete para os porta-sabonetes, por exemplo, ajudou a reduzir os resíduos da região em 97%. Aos poucos nossas contas de luz caíram pela metade. Nossas ações têm impacto direto na redução de emissões de CO².

Outro parceiro do CRed é uma empresa de Lowesoft, a SLP Engineering, que está construindo um novo negócio de energia renovável após anos de fabricação de instalações marítimas de combustíveis. Em parceria com a holandesa Ecoventures, a SLP planeja desenvolver uma fazenda eólica de 60 a 80 turbinas a aproximadamente 20 km da costa em Sheringham, Norfolk.

“SLP vê excelentes oportunidades de usar sua principal especialidade para ser tornar um importante participante no setor de energia renovável. Iremos trabalhar com o CRed para ajudar a maximizar o potencial de energia renovável na região”, afirma Megan Arnold, gerente de desenvolvimento da SLP.

Contato:

cred@uea.ac.uk

www.cred-uk.org

Moradores e empresas

O CRed também está incentivando as pessoas a diminuírem as emissões de carbono em suas residências de diversas formas, que vão desde desligar os equipamentos elétricos em standby até desligar o aquecimento central.

O CRed formou uma inovadora parceria com o Broadland District Council e assinou contratos com CLM para promover e instalar painéis solares. “Obtivemos excelentes respostas do público, sendo que 350 pessoas mostraram interesse em ter painéis solares instalados em suas residências para o aquecimento de água”, afirma Paul Bourgeois, funcionário do setor de energia da Broadland.

A parceria também está organizando cursos sobre painéis solares no mês de junho, quando a população estará capacitada para construir seus próprios painéis sob a orientação de especialistas.

O CRed está convencendo as empresas de Norfolk que a revolução dos baixos níveis de carbono é tanto uma questão comercial como uma oportunidade de negócios. Ele dá consultoria a empresas sobre como reduzir as emissões de CO2 e incentiva os executivos a especializarem-se em energias renováveis e produtos que não sejam nocivos ao meio ambiente.

ICMS ecológico

Para qualquer comunidade, a criação de uma Área de Proteção Ambiental – APA -, une o útil ao agradável, pois, além de garantir mais proteção ao meio ambiente, possibilita a obtenção de benefícios financeiros para o município. A Emater–MG, por meio da Unidade de Consultoria e Projetos (Uncop), está se dispondo a assessorar os municípios para a criação de APAs. Ela elabora o memorial descritivo, estabelece o zoneamento ecológico e econômico da área georreferenciada (utilização de GPS) e sua atuação ainda possibilita a aprovação da lei de criação de uma APA.

Um exemplo de trabalho realizado com o apoio do extensionista pode ser observado em Santa Luzia, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Lá a Uncop possibilitou a criação de Área de Proteção Ambiental que vai gerar recursos financeiros do ICMS Ecológico. A APA, de 1.700 hectares, representa 7,5% da área total do município.

Em Coqueiral e Sardoá, a Uncop também desenvolveu trabalhos para a criação de APAs, com os extensionistas Luiz Geraldo Reis e Juscelino Carvalhais. O projeto de lei passou pela Câmara Municipal e foi aprovado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF). A partir de julho, o município receberá retorno do ICMS Ecológico. Oliveira Fortes é o mais recente município a receber o ICMS Ecológico no valor de R$ 15.639,55.

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