
O volume de investimento realizado nos setores de infra-estrutura e indústrias de base diminuiu para o pior nível desde o ano 2000. Em 2003, juntos, receberam US$ 6,6 bilhões, apenas 43% dos US$ 15,2 bilhões projetados pelas empresas no início do ano passado. Em anos anteriores, as áreas de energia elétrica, transportes e logística, telecomunicações, saneamento, petróleo e gás, papel e celulose, mineração, siderurgia e petroquímica receberam recursos de US$ 18,0 bilhões (2000), US$ 20,0 bilhões (2001), US$ 14,3 bilhões (2002).
As indústrias de base receberam US$ 2,3 bilhões, um volume 54% menor que os US$ 5,0 bilhões projetados pelas empresas no início de 2003. Já as empresas de infra-estrutura investiram US$ 4,3 bilhões, apenas 42% dos US$ 10,2 bilhões inicialmente previstos. Do total de US$ 6,6 bilhões de investimentos realizados, 54,3% (US$ 3,6 bilhões) dos recursos vieram da iniciativa privada e 45,7% (US$ 3,0 bilhões) foram provenientes do setor público. A participação da iniciativa privada nos investimentos de infra-estrutura e indústrias de base caiu 61,7% em comparação ao ano anterior. Já os investimentos públicos diminuíram 38,8% em relação a 2002.
De acordo com José Augusto Marques, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Bases (Abdib), a queda verificada no volume de investimento na infra-estrutura e na indústria de base, principalmente aquele oriundo da iniciativa privada, ocorreu devido à indefinição e à instabilidade de torno de um arcabouço regulatório para todas as áreas de infra-estrutura e à dificuldade na obtenção de licenças ambientais.
A perspectiva de investimentos para este ano não é boa. Em 2004, a indústria de base deve receber US$ 3,6 bilhões e os setores de infra-estrutura outros US$ 6,5 bilhões. Os números verificados – US$ 10,1 bilhões, no total – são o mais baixo nível de perspectiva de investimento já verificado pela Abdib desde o ano 2000. “Somente as áreas de infra-estrutura precisam de US$ 20 bilhões por ano apenas para começar a diminuir os gargalos ao crescimento sustentável, pois, para universalizar serviços básicos, a soma é muito maior”, lembra Marques.
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