Embrapa estimula o bom uso da água

Pesquisadores da Embrapa Algodão estão desenvolvendo, no interior da Paraíba, um projeto de agricultura ecologicamente correta e voltada para o uso sustentável dos recursos hídricos.

Em parceria com a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e com a Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas (Facisa), o projeto deve começar nos municípios de Cabaceiras e Patos. A idéia é utilizar as cidades com as menores taxas de pluviosidade da Paraíba para implantar o reuso de água. Estima-se que, na região, cada habitante utilize em média 100 litros de água por dia, que podem ser reutilizados na irrigação de culturas agrícolas.

Os pesquisadores da Embrapa Algodão pretendem também difundir o cultivo do algodão naturalmente colorido na região. Segundo eles, seis municípios já estão preparados para ingressar no cultivo orgânico de variedades do produto desenvolvido pela instituição de pesquisa federal. “São cerca de 200 hectares cultiváveis que podem dar aos agricultores ganhos até 40% superiores em relação ao cultivo convencional”, disse Napoleão Beltrão, da Embrapa Algodão.

O plantio de algodão colorido de forma orgânica pode se tornar um grande filão para a economia agrícola local, mas necessita ainda de uma certificação especializada, concedida por um organismo internacional, para garantir que o cultivo se dará sem o uso de qualquer insumo agrícola. Segmentos da cadeia têxtil local estão tentando viabilizar a contratação de uma empresa especializada que faça a certificação.

Fonte: Embrapa

Estâncias hidrominerais contra a desmineralização

Especialistas e autoridades de vários órgãos de controle e outorga de águas minerais foram convidados a dar explicações sobre uma proposta de permissão para “desmineralização” de águas minerais, em elaboração no Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM). O debate aconteceu em reunião da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais da Assembléia de Minas Gerais, no dia 25 de março, com a participação de deputados, ambientalistas e representantes de organizações não-governamentais e da população das estâncias hidrominerais.

O alerta sobre a desmineralização foi dado pelo deputado Laudelino Augusto (PT), que requereu a audiência pública. O parlamentar lembrou dois encontros ocorridos em São Lourenço no ano passado, quando coletou assinaturas para uma frente parlamentar em defesa da água mineral. “Preocupa-me que a água esteja perdendo a sua dimensão sagrada, para se transformar em mercadoria de interesse da Organização Mundial do Comércio. Num processo de petrolização da água, chamam-na de ouro azul. A água mineral é considerada pelo DNPM minério e não patrimônio hídrico”, disse o deputado.

O geólogo João César de Freitas Pinheiro, do DNPM, citou o universo de leis que disciplinam a atividade do órgão, em especial a Portaria 222, de 1997, que o órgão pretende modificar, e a Medida Provisória 144, que destinou R$ 300 milhões para a gestão dos recursos hidrominerais. Segundo ele, esses recursos vão finalmente permitir que a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) faça o levantamento dos aqüíferos. “A sociedade brasileira não entendeu ainda que deve lutar pelo levantamento hidrogeológico básico, do qual depende o seu bem-estar futuro”, disse o geólogo.

O biólogo Reynaldo Guedes Neto, porta-voz do Fórum das organizações não-governamentais do Circuito das Águas (Focas), que reúne sete ongs da região, fez uma detalhada exposição sobre os riscos da superexploração das águas minerais. Duas graves denúncias partiram dele: a de que há empresas engarrafadoras que estão bombeando águas das reservas subterrâneas quando a vazão não é suficiente, e também que, ao longo do tempo, as fontes estão perdendo a concentração dos componentes medicinais.

Além disso, alertou para a expansão urbana predatória. “A urbanização do entorno vai representar a morte das estâncias”, assegurou. Para ele, os parques das águas devem ser declarados monumentos naturais, com perímetro de proteção que possa abranger toda a bacia. Quer também Eia-Rima (estudo e relatório de impacto ambiental) antes do licenciamento de qualquer projeto de exploração de águas minerais.

Fonte: Assembléia Legislativa de Minas Gerais

Economia de água

A Caterpillar Brasil recebeu o mérito Platina – a mais alta graduação do Prêmio de Excelência Ambiental promovido pela Corporação Caterpillar em suas 105 unidades industriais ao redor do mundo – por seus esforços em otimizar o consumo de água e conscientizar seus empregados para utilização adequada desse recurso cada vez mais escasso.

Um dos projetos executado foi o ” Otimização do Consumo da Água” , que tornou possível a redução de 85% do consumo de captação externa de

água potável. Esse volume corresponde ao consumo anual de 2.800 pessoas.

A Caterpillar Brasil completa este ano 50 anos de produção. A linha nacional de

produtos é composta de 25 diferentes modelos de máquinas, entre

escavadeiras hidráulicas, compactadores, carregadeiras de rodas,

motoniveladoras, retroescavadeiras e tratores de esteiras, além de grupos

geradores nas faixas de 56 a 460 kVA. Emprega atualmente 3.500

pessoas em sua unidade industrial, localizada em Piracicaba/SP.

Mercado ético

Após esse levantamento básico, Freitas Pinheiro propõe que todos os órgãos de gestão das águas, as ongs, os empresários e os parlamentos se ponham em acordo para definir o que seja um fontanário, o que seja um poço, um recipiente, um envasamento etc. A finalidade disso seria construir “um mercado ético” das águas minerais.

O representante do DNPM afirmou que a água mineral engarrafada já é o quinto líquido mais consumido no Brasil, atrás de refrigerante, leite, cerveja e café solúvel, e na frente dos sucos e dos vinhos. O consumo brasileiro de água mineral ainda não se compara ao dos países desenvolvidos, mas cresce à taxa de 10% ao ano, mais do que todos os outros produtos engarrafados. A produção anual é de 4,8 bilhões de litros. Minas ocupa o segundo lugar, com 400 milhões de litros anuais, atrás de São Paulo, que engarrafa mais de 1 bilhão de litros. Os maiores grupos são o Edson Queiroz (Indaiá, Minalba, Superágua, etc) e Perrier/Nestlé (São Lourenço).

A portaria que pretende permitir a desmineralização das águas teve sua publicação suspensa até que seja instalada a Comissão de Crenologia, segundo informou o deputado federal Odair Cunha (PT-MG).

Crenologia é o estudo das propriedades medicinais das substâncias encontradas na análise físico-química das águas minerais. Desde os tempos do Império, os tratamentos à base de água mineral, também chamados crenoterapia, fizeram o prestígio e a prosperidade das cidades hidrotermais, hidroclimáticas e hidrominerais, mesmo depois do fechamento dos cassinos, na década de 50.

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