USP já tem substituto para o amianto

A USP está solicitando o patenteamento do produto final e dos processos de produção de uma telha alternativa em fibrocimento vegetal. A solicitação de patente mostra a consolidação de uma linha de pesquisa que vem sendo desenvolvida desde 1996 pelo Grupo de Construções Rurais e Ambiência, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (USP).

A meta é a substituição do amianto, fibra mineral que apresenta riscos potenciais à saúde e é largamente usado na fabricação de telhas e caixas d’ água. O amianto já foi banido em 42 países e poderá ser regulado também no Brasil. Sua proibição é objeto de 13 projetos de lei federais e estaduais. Parte dos estudos que dão suporte ao patenteamento foram desenvolvidos através de projetos integrados ao Programa de Tecnologia de Habitação (Habitare), que busca contribuições para a habitação de interesse social e conta com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e da Caixa Econômica Federal.

Coordenada pelo professor Holmer Savastano Júnior, a linha de pesquisa em fibrocimento investiga o uso de diferentes fibras e resíduos agro-industriais (entre eles fibras de malva, banana, coco, sisal e eucalipto). As principais frentes de pesquisa envolvem a seleção das fibras e sua adequação ao cimento, a determinação das propriedades mecânicas, físicas, químicas e microestruturais do novo material, além de estudos de envelhecimento para avaliação da durabilidade.

Além de contar com apoio financeiro de programas como o Habitare, da Finep, e a Parceria para Inovação Tecnológica (Pite) da Fapesp, a USP trabalha também com o setor produtivo, repassando a tecnologia por meio da concepção de uma linha industrial de produção. As empresas MMF Indústria e Comércio de Máquinas Ltda, de Mauá, SP e MAB’S Comércio, Manutenção, Fabricação de Máquinas e Equipamentos, contribuíram com a construção de uma primeira versão de equipamento para moldagem das telhas. Em um estudo anterior, também financiado pelo Programa Habitare/Finep, era usada uma mesa vibratória para produção das telhas.

A telha que está sendo patenteada pode apresentar formato semelhante às produzidas em escala comercial, conhecidas como telhas romanas. Antes de chegar à solicitação do registro de patente, centenas de amostras foram produzidas em diferentes sistemas, com as telhas sendo submetidas a diversos ensaios para comprovação de sua eficiência. Entre eles, ensaios mecânicos (tração na flexão) e físicos (permeabilidade, densidade e absorção de água). Para os pesquisadores, os resultados são bastante positivos, avançando para uma alternativa com considerável potencial no Brasil, país tropical que possui grandes estoques da matéria-prima essencial ao novo produto – a fibra vegetal.

Fonte: Agência USP

Em defesa das tartarugas

A FIC – Distribuidora de Derivados de Petróleo é uma das empresas que estão patrocinando o projeto Quelônios da Amazônia, trabalho de preservação das tartarugas desenvolvido pelo RAN – Centro de Conservação e Manejo de Répteis e Anfíbios do IBAMA, que fica localizado em Goiânia GO. Ela está fornecendo cotas de combustível para que as equipes de campo possam percorrer as principais áreas de desova e realizar o manejo.

O RAN foi criado há 23 anos e graças ao sucesso conseguido com as tartarugas o trabalho foi ampliado para os outros répteis, como os quelônios continentais, os crocodilianos, os lagartos e as cobras, além da classe dos anfíbios e tem como finalidade coordenar, promover e realizar, em âmbito nacional, ações para a conservação e manejo de répteis e anfíbios da fauna brasileira, tendo como prioridade às espécies brasileiras ameaçadas de extinção e as de interesse comercial.

Segundo Vera Lúcia Ferreira Luz, analista ambiental e uma das coordenadoras do RAN/Ibama, o Projeto Quelônios já devolveu aos rios amazônicos cerca de 35 milhões de filhotes das diferentes espécies de quelônios, principalmente da tartaruga-da-amazônia, proporcionando o repovoamento e a recuperação das populações naturais dessas espécies. Desde então, o RAN tem se consolidado como uma das mais importantes iniciativas ecológicas e de cunho social do Brasil, pois tem garantido não só a sobrevivência das várias espécies de tartarugas, como também vem preservando a cultura regional e oferecendo uma alternativa econômica para a região.

O Projeto Quelônios abrange 115 áreas de preservação na regição Norte; só em Goiás são 10 áreas. “É muito importante a participação da iniciativa privada, principalmente de empresas como a FIC que mostra ter sensibilidade para as causas ambientais”, declara Vera Lúcia.

Fique por dentro

A) Atualmente são conhecidas cerca de 300 espécies de quelônios, entre tartarugas marinhas, de água-doce e terrestres, sendo que no território brasileiro existem aproximadamente 33 espécies, 05 delas marinhas, 26 de água-doce e apenas 02 terrestres, os jabuti.

B) A Tartaruga-da-amazônia é o maior quelônio de água-doce da América do Sul, podendo atingir mais de 80 cm de comprimento de carapaça e cerca de 60 Kg de peso. Esta espécie põe, em média, 100 ovos por postura, momento este em que fica mais susceptível à ação de predadores.

C) De 40 a 60 dias após a postura, dá-se a eclosão dos ovos e saída dos filhotes. As equipes realizam a contagem, classificação dos filhotes em função de defeitos de carapaça e outros aspectos.

D) Os filhotes permanecem até 10 dias em berçários previamente construídos por telas ou madeiras, objetivando livrá-los dos odores característicos que atraem os predadores e proporcionar o endurecimento da carapaça. Após esse período, os filhotes são liberados nos rios e lagos junto a emaranhados de vegetação, que atuam como ambiente de proteção e alimentação, aumentando suas chances de sobrevivência.

E) Educação Ambiental – nas áreas de atuação do Projeto Quelônios, constata-se o resultado das políticas voltadas para o equilíbrio da natureza e também dos processos históricos, de sustentação e sobrevivência das populações humanas, que trazem à realidade deste trabalho a necessidade de desenvolver atividades que promovam uma integração entre o uso dos recursos naturais e a conservação dos ecossistemas.

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