
Existem bilhões de micróbios em órbita ao redor da Terra a bordo da Estação Espacial Internacional (EEI). E isso só no corpo de um astronauta.
Eles, como qualquer outra pessoa, levam micróbios onde quer que vão. Existem 1014 no colón, trilhões mais nas mãos e na boca. A matemática é muito simples: os micróbios sobrepassam as pessoas, no espaço e na Terra, por um fator assombroso.
De fato, disse Cheryl Nickerson, do Centro de Ciências da Saúde da Universidade de Tulane, “há mais células bacteriais em seu corpo que células humanas”.
Muitas são benéficas. Algumas das bactérias de nosso estômago, por exemplo, produzem vitamina K, necessária para a coagulação correta do sangue. Mesmo as patogênicas, com moderação, dão uma mão estimulando o sistema imunológico.
Com os planos da NASA de enviar gente novamente à Lua e a Marte, os pesquisadores estão cada vez mais dependentes desta pergunta, “Que efeitos tem a viagem espacial sobre o corpo humano?” Uma pergunta inseparável é: como afecta e os micróbios?
Já existe alguma evidência de comportamento incerto que os microorganismos têm em um ambiente sem gravidade. Em seu laboratório de Tulane, a Dra. Nickerson promoveu a flotação de algumas bactérias de Salmonella nas paredes de um bio-reactor — um aparato projetado pela NASA, que simula baixa gravidade.
No bio-reactor, a Salmonella sofre mudanças. A segunda causa de doenças intestinais nos Estados Unidos, se torna pior que do que já é. Sua predisposição para causar enfermidade é aumentada, disse Nickerson. A pseudogravidade torna a Salmonella mais resistente aos ácidos do estômago e ao calor. A bactéria também faz um trabalho melhor para iludir aos macrófagos, que são as células que combatem a doença em nosso sistema imunológico.
“Estas mudanças são o resultado da expressão genética alterada”, disse Nickerson. De alguma maneira a falta de gravidade envia sinais aos genes destes micróbios, dando-lhes ordens para fazer as coisas de maneira diferente. Na Salmonella, por exemplo, 163 genes (de um total de 4.600) mudaram seus níveis de expressão – tornando-se mais ou menos ativos que de costume dentro do bio-reator. “
Um experimento na EEI, chamado “Levedura GAP”, espera dar uma resposta. Nickerson é a principal pesquisadora (PI) e trabalha conjuntamente Tim Hammond, do Centro de Ciências para a Saúde da Universidade de Tulane e do Centro Médico de Veteranos em Nova Orleans.
“No mês passado enviamos 16 frascos de levedura de cerveja para a estação espacial a bordo de uma nave russa de abastecimento”, disse Hammond. Em órbita, o oficial Mike Foale, da estação espacial, pôs a levedura em uma sopa nutriente e ela começou a reproduzir-se. A população de células cresceu 10 vezes em 30 minutos – “isso equivale a cinco gerações de levedura”, aponta Hammond. Depois Foale inundou a câmara de crescimento com um agente fixador para deter a explosão de população e conservar as células para sua análise de regresso à Terra.
Que variedades cresceram melhor? Quais se comportaram mais pobremente? Nickerson e Hammond saberão quando as amostras regressarem à Terra. Utilizando a análise de uma micro composição de DNA, classificarão as células de levedura por código de barras e as contarão, comparando os resultados com amostras idênticas cultivadas na Terra.
Fotos e texto: NASA.
Biodiesel
Agência FAPESP
Um dos primeiro ônibus movido a biodiesel do Brasil já está em circulação. O veículo, que está servindo à comunidade do campus da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, foi adquirido com recursos da Coordenadoria de Administração Geral da USP (Codage) e será abastecido pelo Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas (Ladetel).
“A principal vantagem do biodiesel é a redução dos poluentes emitidos na atmosfera. Há uma diminuição significativa de material particulado, incluindo o gás carbônico (CO2), principal causador do efeito-estufa. A fumaça preta desaparece completamente”, disse o coordenador do Ladetel, Miguel Dabdoub, em entrevista à Agência FAPESP.
Efeitos benéficos
Mas nem todas as notícias são tão más. Algumas bactérias podem produzir antibióticos úteis e parece que essa capacidade de produção aumenta no espaço – cerca 200% mais, de acordo com as experiências conduzidas nos Transbordadores Espaciais patrocinados pela companhia farmacêutica Bristol-Meyers Squib e sua sócia BioServ Space Technologies.

Biodiesel II
Os estudos verificaram também uma influência positiva na saúde pública. Segundo Dabdoub, aproximadamente 6% das mortes registradas apenas na cidade de São Paulo, por exemplo, têm relação com a poluição ambiental. “Desse número, a maioria é provocada pelas fontes móveis, como ônibus, caminhões e carros. A poluição pela gasolina ou diesel causa rinite alérgica, bronquite crônica, ataques de asma e até câncer de pulmão. Com o biodiesel, há um grande benefício na saúde pública”, disse Dabdoub, que é também presidente da Câmara Setorial dos Biocombustíveis do Estado de São Paulo.
Outra vantagem aparente do biodiesel, do ponto de vista econômico, é a adoção de uma alternativa totalmente nacional, que poderá substituir, de forma parcial, o diesel proveniente do petróleo. “Cerca de 17% do diesel utilizado no Brasil é importado. O biodiesel poderá substituir parte dessa importação, causando benefícios na balança comercial brasileira”, acredita Dabdoub.
O biodiesel é um combustível 100% renovável, uma vez que é produzido com álcool de cana-de-açúcar (etanol), com a adição de óleos vegetais como soja, girassol ou dendê. Os catalisadores desenvolvidos no Ladetel permitem que todo o óleo que entra no processo de produção se transforme em biodiesel.
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