Fórum de Davos lança registro de gases de efeito-estufa

O World Economic Forum lançou oficialmente no dia 22 o Registro Mundial de Gases que causam o Efeito Estufa (Global Greenhouse Gas Register – GHG), uma nova iniciativa global para estimular a divulgação e o gerenciamento por parte das empresas de suas emissões no meio ambiente. Desenvolvido em parceria com importantes empresas internacionais e organizações ambientalistas, o Registro tem a intenção de estimular a ação ambiental voluntária corporativa em todo o mundo, através da criação de um padrão global para a divulgação de inventários de emissões e objetivos de redução.

Dez empresas confirmaram seu compromisso com a divulgação da quantidade de gases que causam o efeito-estufa produzidos por suas operações mundiais. Alcoa, Anglo American, Cemex, Holcim, HP, Lafarge, RAO UESR, RWE, ScottishPower e Vattenfall comprometeram-se a participar do Registro GHG do World Economic Forum. Essas empresas, juntas, são responsáveis por cerca de 800 milhões de toneladas de equivalentes de dióxido de carbono por ano (aproximadamente 5% das emissões mundiais do Anexo -1 GHG).

A partir de agora, as empresas participantes podem informar dados no Registro com base na Internet. Uma vez verificados e aceitos pelo Fórum os dados da empresa serão exibidos no site do Registro; o Forum antecipa que os primeiros dados serão colocados no início de fevereiro.

“Muitas empresas têm recebido pedidos de seus acionistas, governos e comunidade para que tomem atitudes voluntárias para gerenciar seu impacto no meio ambiente, mas até agora não havia nenhuma plataforma para a divulgação pública de tais informações em uma base mundial e comparável. O Registro Mundial GHG é um esforço colaborativo de empresas e comunidades ambientalistas para criar um tipo de estrutura geralmente aceita que possa estimular uma resposta mais ampla do empresariado em todo o mundo e dar aos investidores uma compreensão mais clara dos riscos relacionados com o gás carbônico em seus portifólios”, disse Richard Samans, Diretor Administrativo do Instituto para Parceria e Governança do World Economic Forum.

Os participantes do Registro reconhecem que já se sabe o suficiente sobre mudanças climáticas para garantir ações de sua parte. Além das considerações de preocupação ambiental e boa cidadania corporativa, ao realizar inventários as empresas podem também identificar maneiras para melhorar sua produtividade e eficácia em recursos energéticos; apoiar o desenvolvimento de políticas flexíveis e orientadas para o mercado, como comércio de emissões ou pesquisa de tecnologia; e preparar-se para lidar com as exigências regulatórias futuras.

“A Deloitte compromete-se em ajudar clientes a responderem aos riscos e oportunidades empresariais mundiais. Muitos de nossos clientes identificaram o indicador e o Registro GHG como uma parte importante de suas práticas futuras de relato. Estamos trabalhando com o World Economic Forum para desenvolver uma ferramenta prática que auxiliará na divulgação de seus inventários GHG de uma forma que seja útil aos usuários de tais informações e não crie um estorvo desnecessário às empresas,” disse William G. Parrett, CEO, da Deloitte Touche Tohmatsu.

Exigência dos investidores e ONGs

“A comunidade de investimentos levará em consideração cada vez mais quais tipos de riscos relacionados com o gás carbônico as empresas estão enfrentando, e como isto pode ter um impacto sobre suas performances. O que não pára na reputação da marca e percepção de mercado, mas inclui classificações de risco, o custo do capital, bem como fluxos de caixas e receitas diretos”, disse Samans. “Do ponto de vista da empresa, você poderia dizer que o que pode ser mensurado pode ser gerenciado. Para investidores, a natureza padronizada e consolidada das informações permitirá uma melhor análise comparativa das ações da empresa.”

“Em todo o mundo, empresas estão cientes de que as responsabilidades da cidadania corporativa não foram desanimadas pelo impasse nas negociações entre governos, e não esperaram por decisões multilaterais antes da resposta”, disse Edemar Cid Ferreira, Chairman e Fundador da BrasilConnects, Brasil. “O Registro Mundial GHG oferece às empresas, incluindo aquelas na América Latina, a oportunidade para mostrarem seu compromisso com a conquista de resultados reais nos projetos ambientais.”

“Nós acolhemos o registro Mundial GHG, já que ele fará com que a responsabilidade corporativa pelas emissões seja mais transparente”, disse Janet Ranganathan, Diretora da Iniciativa de Protocolo de GHG, um projeto do World Resources Institute e do World Business Council for Sustainable Development. “Do mesmo modo que as empresas usarão o Protocolo GHG como o padrão para indicar suas emissões, o Registro GHG oferecerá uma plataforma central onde esses relatórios individuais podem ser acessados publicamente.”

Desafio I

“A Anglo American reconhece totalmente os desafios para seus negócios e para a sociedade em geral que surgem das emissões de gases que causam o efeito estufa. Estamos compromissados em reduzir emissões de unidades através do foco na eficácia em recursos energéticos, da melhoria contínua da tecnologia e das operações, e aumentando a conscientização e a compreensão dos desafios onde quer que operemos. O Registro representa uma oportunidade para contribuirmos para uma maior transparência corporativa e para “benchmark” comparativo de nossa performance em relação aos outros”, disse Dr. John Groom, vice-presidente Sênior de segurança, saúde e meio ambiente da Anglo American.

Desafio II

“O compromisso da HP com o Registro Mundial de Gases que causam o Efeito- Estufa do World Economic Forum é somente um exemplo de como encaramos os desafios ambientais, sociais e econômicos da globalização”, explicou Walt Rosenberg, vice-presidente de responsabilidade corporativa, Social e Ambiental da HP. “Este Registro apresenta uma oportunidade para aumentar a transparência de nossas operações e demonstrar o progresso de nossos programas de mudanças climáticas.”

“Por boas razões empresariais, a Lafarge comprometeu-se em reduzir suas emissões de CO2 bem além dos negócios, como de costume. Por meio da inclusão de nosso compromisso no Registro do World Economic Forum, queremos mostrar que o empresariado está tomado medidas reais para cortar as emissões de CO2 em um nível global. Esperamos que mais empresas também se unam a nós no Registro do Forum para ilustrar a enorme contribuição que o empresariado como um todo está fazendo”, disse Chris Boyd, Chief Executive Officer da Lafarge Italy.

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