Como bactérias oceânicas controlam gás de efeito estufa

David Welsh, London Press Service

Os cientistas deram mais um passo no sentido de compreender como os oceanos influenciam no aquecimento global e, possivelmente, encontram uma forma de combatê-lo. Um estudo, liderado pelo Imperial College London, revelou o quanto as abundantes bactérias capazes de realizar fotossíntese ajudam a controlar os níveis do gás de efeito-estufa, o dióxido de carbono.

Em explicação ao jornal científico Nature, os pesquisadores deram novos detalhes sobre como a Prochlorococcus cyanobacteria captura dióxido de carbono da atmosfera e armazena-o nas profundezas do mar. Trabalhando com colegas do Observatório Oceanógrafo de Roscoff, na França, eles revelam que o ferro desempenha um papel crucial na capacidade desses organismos marinhos de usar energia luminosa para converter dióxido de carbono em moléculas orgânicas, pelo processo de fotossíntese.

O professor Jim Barber, do Imperial College London e autor sênior do estudo, revelou que até recentemente a contribuição da fotossíntese marinha para o ciclo global do carbono vinha sendo subestimada grosseiramente. “Agora sabemos que mais de 50% da atividade fotossintética global acontece nos oceanos”, afirmou.

Segundo ele uma diminuição de 10% de dióxido de carbono capturado pelos oceanos deixaria cerca da mesma quantidade deste poluente na atmosfera, da maneira como é produzido pela queima de combustível fóssil a cada ano. E ressaltou que “entender quais fatores influenciam a capacidade dessas bactérias de regular o dióxido de carbono é crucial para a sobrevivência dos seres humanos.”

Desde o início da revolução industrial, concentrações atmosféricas de dióxido de carbono aumentaram em 30%. Evidências forte sugerem que essa elevação foi causada pelo aumento da queima de combustíveis fósseis e outras atividades humanas. Até agora, não se sabia como a Prochlorococcus, que vive em largas faixas de profundidades dos oceanos, da superfície a 200 metros, adaptou-se para maximizar a luz disponível na realização da fotossíntese.

Trabalho anterior do grupo Imperial mostrou como a Prochlorococcus regula a interação dos dois complexos protéicos “powerhouse” que permitem a fotossíntese, recrutando proteínas adicionais ou “antenna”. Usando análise genética, os pesquisadores compararam três estratos de bactérias que se adaptaram de acordo com as intensidades de luz, nas diferentes profundidades do oceano.

Descobriram que a evolução dos dois complexos de proteínas “powerhouse” está dirigida às limitações ambientais. A Prochlorococcus, que sobrevive em condições extremas de baixa luminosidade, tem mais proteínas antenna comparada com extratos que vivem próximos à superfície; e ferro é o nutriente limitante que regula a capacidade dos organismos de colher energia luminosa.

“O ferro é crítico para a saúde dos organismos e os baixos níveis no oceano diminuem, significativamente, a capacidade da Prochlorococcus de crescer e reproduzir-se,” explica o Professor Barber. “O ferro é o quarto elemento mais abundante na crosta da terra. Porém, seus níveis no ecossistema aquático, particularmente em mar aberto onde a maioria das cyanobacterias são encontradas, são baixos.

“Sem dúvida, em experimentos onde regiões do oceano têm sido artificialmente “fertilizadas” com ferro extra, há uma diminuição dramática na produção de biomassa devido ao aumento da quantidade de Prochlorococcus e outros organismos fotossintéticos. Nossa pesquisa abre a possibilidade de aumentar artificialmente os níveis de ferro no oceano para combater o aquecimento global” afirmou o pesquisador.

Tradução: Maria do Carmo Zinatto.

Verão Limpo 2004

Está em andamento na praia da Barra da Lagoa, em Florianópolis (SC), a Campanha Verão Limpo, realizada pelo Instituto Unibanco, com o apoio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis (FLORAM). O objetivo é levar à comunidade e a turistas da cidade conceitos de educação ambiental, reforçando a importância da coleta seletiva de lixo, principalmente nas praias brasileiras.

A ação será realizada em uma tenda de 100 metros quadrados, até 31 de janeiro, de terça-feira a domingo, das 8h às 13h. Atividades lúdicas e educativas como oficinas de sucata, pintura e música, promovidas por arte-educadores da Associação Cultural de Capoeira Ilha de Palmares, servirão para incentivar os banhistas – especialmente as crianças – a manter a praia limpa e o meio ambiente mais saudável.

No seu sexto ano consecutivo, a campanha, que já passou por Recife, Fortaleza, Rio de Janeiro e até mesmo por Florianópolis, conta também com a participação de funcionários voluntários das agências Unibanco de Florianópolis.

O Programa de Educação Ambiental do Instituto Unibanco apóia iniciativas de preservação ambiental em todo o País. Desde a sua criação, já patrocinou mais de 270 projetos em 135 municípios. Em Florianópolis, realizou a Campanha Praia Limpa (1999) e implantou o Centro de Educação Ambiental no Morro do Horácio, em 2002.

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