Uso do ozônio para prolongar a vida dos alimentos

John Webb, London Press Service

Graças ao uso de uma inovadora tecnologia de ozônio já é possível reduzir a presença de bactérias e outros agentes patológicos controlados em instalações, como aconteceu com um frigorífico nos estados Unidos. Fresh Mark é uma empresa familiar norte-americana conhecida por suas marcas Superiors Brand e salsichas vienenses Sugardale, presuntos, toucinho, salsichas defumadas e carnes para lanchonetes. A empresa escolheu o grupo britânico de gases industriais, BOC para fornecer dois sistemas de ozônio como peça central de seu programa para redução de agentes patogênicos em seu frigorífico de Canton, Ohio.

O sistema inclui um gerador que produz ozônio a partir do ar ambiente, dissolve-o na água usada nos processos da instalação, dispersando-o através de um sistema borrificador aplicado diretamente nas salsichas com casca e nos processadores de alimentos, tais como aparelhos para fatiar.

Ed Ater, especialista em processamento de alimentos e consultor da BOC, afirma que “os benefícios do ozônio – oferecendo controle dos agentes patológicos e aumentando a vida de produtos nas prateleiras – são bem reconhecidos. Já não se trata de se o fabricante de alimentos deve adotar ozônio mas quando”.

Mark DiMaggio, gerente da linha de produtos de segurança de alimentos da BOC, explica que a empresa vem servindo à indústria de processamento de alimentos há mais de 40 anos. “Esta experiência nos capacitou a projetar sistemas confiáveis para lavar com ozônio que além de fáceis de instalar e operar, se integram com as operações de processamento de alimentos. Permite às fábricas a incorporação de um processo para combater micróbios e o seu custo é amortizado várias vezes pela vida longa dos produtos nas prateleiras.”

A BOC, conhecida anteriormente como British Oxygen Company, utilizou toda sua tecnologia e conhecimento na engenharia de soluções para permitir que as empresas entreguem a melhor qualidade possível de alimentos, graças ao controle das instalações. Desenvolveu uma série de controles usando tecnologias de ozônio e luz ultravioleta, gases criogênicos e embalagem em atmosfera modificada.

O grupo do Reino Unido atende a dois milhões de clientes em mais de 50 países, emprega 46.000 pessoas e gera vendas anuais de US$6 bilhões por ano.

Uso da madeira

Estudar até que ponto o tratamento da madeira contra cupins e fungos apodrecedores é poluente e prejudicial à saúde é a nova proposta do Grupo Interdisciplinar de Estudos da Madeira (GIEM) da UFSC, que deverá se expandir e reunir pesquisadores da área de química. Envolvido com a pesquisa da madeira de reflorestamento desde 1983, o grupo reúne atualmente mais de 20 pesquisadores entre engenheiros civis, biólogos, arquitetos e designers. A toxicidade do tratamento é um argumento contra o uso atual das madeiras, principalmente as de florestas plantadas, que vêm sendo empregadas sob novas tecnologias.

“Através da queima de pedaços de madeira tratada vamos estudar a quantidade de produtos químicos que está saindo na fumaça ou ficando na cinza”, diz o coordenador do grupo, professor do Departamento de Engenharia Civil do Centro Tecnológico da UFSC, Carlos Alberto Szücs. Apesar do conhecimento de que a madeira tratada é poluente, ainda não há estudos concretos sobre a contaminação que pode ser provocada. O arsênio utilizado no Brasil para tratar a madeira já foi proibido em outros países. Na Alemanha foi substituído pelo boro, menos tóxico, mas que ao contrário do arsênio continua oferecendo riscos após o tratamento, pois escorre da madeira em contato com a umidade.

A madeira laminada colada é uma das formas de aproveitamento da madeira de reflorestamento que há vários anos vem sendo estudada pelo grupo. Ela é formada por tábuas de madeira unidas longitudinalmente e depois coladas umas sobre as outras. Aprimorar esse processo é uma das principais metas do Grupo.

Além de ser um material mais flexível, respondendo melhor a impactos como o de terremotos, a madeira laminada colada é mais resistente a incêndios. Isso acontece porque a parte periférica da estrutura queima criando uma camada de carvão que serve de barreira para a penetração do oxigênio no miolo da peça e conseqüentemente a propagação do fogo vai diminuindo até cessar. O núcleo da estrutura que não é

queimado é capaz de resistir mecanicamente por muito tempo.

No Brasil ainda não há edifícios em madeira laminada colada. Nos Estados Unidos, países da Europa e Japão a técnica é usada em prédios de até seis andares. Ao contrário do Brasil, nesses países as seguradoras cobram menos pelos seguros de edifícios em madeira laminada colada por levarem em conta essas vantagens. A madeira é inflamável e o aço não inflamável, no entanto, a madeira resiste mecanicamente bem mais tempo que o aço quando submetida ao fogo.

Szücs acredita que a aplicação da madeira tem um potencial enorme e será destaque na construção civil. “A madeira ganhará competitividade, não só pela redução dos custos de produção, mas pela necessidade de preservar o meio ambiente”. Uma das medidas da evolução das pesquisas é o aumento das publicações. Desde que terminou o seu doutorado na França, em 1991, o professor participou do desenvolvimento de mais de 60 trabalhos na área das madeiras.

No Brasil, três empresas trabalham com a madeira laminada colada. Em Santa Catarina, a empresa Battistella, de Lages, tem uma parceria com a UFSC desde 1993 e é a única que produz o laminado colado.

Informações: szucs@ecv.ufsc.br

Amianto

SANTIAGO, oct Tierramérica -A Comiasão Nacional do Meio Ambiente do Chile se comprometeu com a Associação de Vítimas do Amianto a iniciar uma nova etapa de trabalho conjunto, para zerar os casos pendentes para famílias contaminadas por este produto no município de Maipú.

O Chile proibiu o uso do amianto, um composto muito utilizado na construção e com efeitos altamente contaminantes. A Associação de Vítimas já obteve a substituição dos materiais contaminados em 47 casas do conjunto habitacional Villa Pizarreño e de uma escola de Maipú.

Gestão de substâncias químicas

Em cerimônia realizada na sede da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), em Brasília foi lançado o Perfil Nacional da Gestão de Substâncias Químicas, o primeiro levantamento completo da situação da indústria química brasileira, com informações sobre produção, transporte, uso, importação e exportação. A publicação apresenta um panorama nacional em relação à segurança química, fornecendo também dados sobre os principais problemas no uso, produção e tratamento de resíduos químicos.

O Brasil ocupa a nona posição na indústria química global, com 882 plantas produtoras, principalmente no Sul e Sudeste. “O Perfil é fundamental para o estabelecimento de políticas que proporcionem redução de riscos à saúde humana e ao meio ambiente”, salientou a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente. São Paulo, o maior parque industrial, tem também o maior número de registros de acidentes e de áreas contaminadas.

No capítulo destinado aos agrotóxicos, são listados os produtos mais utilizados no país, o quarto maior consumidor de agrotóxicos no mundo, e o consumo de defensivos agrícolas por estado. Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), anualmente cerca de três milhões de pessoas são contaminadas por agrotóxicos e 70% dos casos ocorrem em países em desenvolvimento. Os agrotóxicos estão em sétimo lugar em número de acidentes com substâncias químicas e em primeiro no número de mortes. “Conviver com substâncias potencialmente perigosas exige cuidado e a observação constante do princípio da precaução”, disse Marijane Lisboa, secretária de Qualidade Ambiental do MMA e presidente da Comissão Nacional de Segurança Química (Conasq).

O levantamento abrange desde solventes utilizados na indústria química até produtos acabados vendidos em supermercados. A partir da elaboração do Perfil Nacional de Substâncias Químicas o Brasil pode ter acesso a recursos internacionais, previstos na Conferência Internacional de Substâncias Químicas, para a elaboração de programas de gestão de substâncias químicas. Um dos capítulos é destinado a listar a legislação brasileira sobre o assunto, abrangendo, ainda, os órgãos encarregados da fiscalização.

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