Unesco alerta para carência de especialistas em água

“É preciso acelerar a formação de especialistas em água em todo o mundo para enfrentar a crise que já bate na nossa porta”. Assim o diretor geral da Unesco, Koichi Matsuura, expressou sua preocupação com o problema mundial da água ao participar de evento na Holanda, no Instituto de Educação para a Água, e advertir que até 2050 entre 2 e 7 bilhões de pessoas estarão enfrentando escassez da água.

Segundo ele a World Water Vision concluiu em Haia que nos próximos 15 anos os investimentos em água têm que aumentar em US$ 180 bilhões por ano. Paralelamente ao aumento de investimentos deve ser acelerada a formação de especialistas para gerenciar adequadamente estes recursos, disse Matsura. Ele acrescentou que os técnicos da área de saneamento devem ampliar seus horizontes de formação buscando conhecer outras práticas, como o conhecimento e a cultura indígenas, que não são abordadas na escolas de Engenharia.

Stephen Turner, diretor do Water Aid, também realçou a necessidade de ampliação dos conhecimentos sobre a água para atingir as comunidades das áreas afetadas. “As crianças podem atuar como excelentes embaixadoras para disseminar informações. Se puderem ser incluídas aulas sobre água nos currículos das escolas é certo que os alunos levarão esses conhecimentos para a casa”. Ele explicou que a Water Aid considera bem-vindos os movimentos pela busca de soluções tecnológicas para os recursos hídricos com ênfase na gestão local e participação da comunidade.

Multa para água despejada na rua

O Jornal Correio Popular, de Ji-Paraná (Rondônia), informa que a Divisão de Fiscalização da prefeitura está aplicando multa aos proprietários de imóveis que estão infringindo a lei ambiental lançando águas servidas nas ruas. As multas vão de R$ 200,00 a R$ 2.561,00.

Segundo o diretor da Divisão de Fiscalização, Aurélio Barreto, o morador é o responsável pela construção e manutenção das fossas, não sendo permitido jogar material contaminado na rua, comprometendo a saúde pública. Para as águas servidas, a solução é a construção de um sumidouro que é permitido na calçada.

Edição 169 – 31/07 a 06/08/2003

Escassez na China

Milhões de chineses que moram no norte do país estão enfrentando um verão com escassez de água uma vez que o Rio Amarelo atingiu sua menor vazão dos últimos 50 anos, segundo fontes oficiais.

O relatório apresentado pelos órgãos ambientais faz referência também à elevada poluição – agrícola, industrial e doméstica – que afeta os principais mananciais. “A China já é um país com pouca água e o problema da poluição faz com que essa escassez se torne ainda mais severa” disse Xie Zhenhua, diretor da Agência de Proteção Ambiental. “Este ano nossa prioridade máxima é garantir a água de qualidade para abastecer a população”. A expansão industrial e uma população de 1,3 bilhão de habitantes sobrecarregaram os sistemas de água e esgoto do país e ainda contribuíram para piorar a qualidade do ar nas zonas urbanas.

As previsões são de que nos próximos anos o problema pode se agravar uma vez que os caudais dos rios Amarelo e Yang-Tze, os dois maiores mananciais do país, têm sido afetados pela poluição e pela represa de Três Gargantas. Este megaprojeto já consumiu mais de US$ 2,4 bilhões somente na prevenção da poluição e na construção de estações de tratamento ao redor da represa. A piora da qualidade da água desse gigantesco reservatório afeta mais de 30 milhões de habitantes que vivem no seu entorno.

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