As gavetas e latas de lixo das residências costumam esconder materiais que podem oferecer risco à saúde. Eles são compostos de pilhas, baterias de celulares e de automóveis, galões de tinta, verniz ou solvente e materiais de limpeza, mas as substâncias perigosas também estão em outros locais insuspeitos, como lâmpadas fluorescentes, cera, polidores e até mesmo dentro de uma máquina fotográfica. Esses materiais são denominados resíduos perigosos e, caso não sejam destinados adequadamente, podem contaminar o solo, os lençóis freáticos e, principalmente, as pessoas.
“Resíduos perigosos são aqueles rejeitos que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente, pois são inflamáveis, reativos, tóxicos, patogênicos ou corrosivos, além de conter metais pesados. Esses metais, acumulados no organismo, causam danos irreversíveis à saúde”, comenta João Giannesi Neto, diretor da Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos (Abetre). “Evitar esses problemas é uma preocupação da Abetre. Esses resíduos devem receber tratamento e disposição especiais em função de suas características.”
O que esses resíduos podem gerar na saúde das pessoas? Como devem ser dispostos? Veja alguns exemplos abaixo:
Resíduo perigoso
O que contém
O que causa
O que fazer
Pilhas alcalinas Baterias de máquinas fotográficas e aparelhos celulares
-Bateria de carro
Metais pesados, solução eletrolítica que pode ser ácida, sais de zinco e
manganêsMercúrio, lítio e cádmio (metais muito tóxicos)Ácido sulfúrico e
metais pesados, como chumbo
Se acumulados no organismo e armazenados nas glândulas supra-renais, pode
paralisar o sistema nervoso central, o fígado, os rins e os pulmões, além
de causar intoxicação, náuseas, tontura e vômito se ingeridos em grande
quantidade. Essas substâncias são bioacumulativas, podendo causar doenças
como osteoporose, edema pulmonar e até câncer. É corrosivo e em contato
com a pele causa queimadura. Dependendo da concentração do ácido, pode ser
de 1o, 2o ou 3o graus. Em contato com o
solo, poluem o lençol freático.
Não devem ser descartados no lixo doméstico. Devem ser entregues em locais
autorizados, geralmente postos do próprio fabricante ou revendedores. O
Ministério do Meio Ambiente possui, em sua homepage www.mma.gov.br
uma listagem nacional dos postos de coleta
Lâmpadas fluorescentes
Mercúrio na forma gasosa, usado para formar o plasma que emite a luz ultravioleta.
Este, em contato com a substância branca leitosa aplicada na superfície
interna da lâmpada, emite a luz branca.
Pode contaminar o solo e as águas. Agride o organismo de forma geral, especialmente
rins e fígado. Pode afetar irreversivelmente as células do sistema nervoso
e até mesmo o código genético do indivíduoEm grandes quantidades, poluem
o ar
Não quebrá-las. Recomenda-se contatar o departamento de limpeza urbana da
cidade para obter informações relativas à destinação adotada pela prefeitura
Materiais para limpeza pesadaÁgua sanitária
AmôniaHipoclorito, cujo componente ativo é o cloro
Causa irritação nas mucosas, prejudica o sistema respiratório e, se inalado
em grandes quantidades, pode causar asfixiaIrritação na mucosa e na pele
Armazenar adequadamente e evitar contato direto. Não há obrigatoriedade
para realização da coleta, porém cidades como Curitiba tem um programa de
coleta de lixo tóxico domiciliar, criado pela Prefeitura, para recolhimento
das embalagens
Verniz/Solvente/Cola/Cera/Tinta
Tolueno, solvente orgânico tóxico, que geralmente são inflamáveis
Atinge o sistema nervoso central. Alguns componentes podem ser cancerígenos
e mutagênicos, dependendo da cadeia de carbono
Armazenar adequadamente e evitar contato direto e inalação. Recomenda-se
lavar as embalagens com água antes do armazenamento
Pesticidas, incluindo inseticidas domésticos
Atualmente, usam como propelente a água, mas os princípios ativos de vários
destes produtos são compostos muito tóxicos, chamados organofosforados e
carbamatos.
Reações alérgicas,
conjuntivite, envenenamento, intoxicação (algumas vezes podendo ser aguda,
tendo como sintomas suor, tontura, cólicas abdominais, visão turva, vômito,
dificuldade respiratória, tremores musculares e até convulsões)
Evitar contato
direto. Não existe obrigação de recolhimento de embalagens por parte dos
fabricantes, nem obrigação de prefeituras em relação à coleta destas embalagens.
Entretanto, existe uma legislação específica em relação aos mesmos produtos
quando usados na agricultura (mais informações no site www.epa.gov: CLIQUE
AQUI
Segundo especialistas,
essas embalagens deveriam ter um tratamento especial: recolhimento em
separado para serem encapsuladas em blocos de cimento, argila e cal e
posteriormente enterrados em valas especiais, sem risco de contaminar
o meio ambiente.
Fonte:
Abetre – Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos
Edição 169 – 31/07 a 06/08/2003
As alternativas do ozônio
Desinfecção da água nas estações de tratamento, de piscinas e esterilização de ambientes. As múltiplas aplicações do ozônio são agora oferecidas pela OZ – Indústria de Equipamentos de Ozônio Ltda., com sede em Porto Alegre, que destaca a vantagem do oxidante por não gerar subprodutos. O processo utilizado pela empresa produz a dissociação das moléculas de oxigênio através de uma descarga elétrica na célula geradora de ozônio.
Dois dos tops de linha da empresa são o Air Life, – purificador de ambientes – e o Aqua OZ, gerador de ozônio para piscinas. O Air Life, indicado para eliminar fungos, ácaros, vírus e odores, é portátil podendo ser facilmente transportado de uma peça a outra da casa. Os purificadores de ambientes podem ser utilizados também para a desinfecção de instalações industriais como aviários e frigoríficos e na conservação de alimentos. Nessa linha a empresa prepara o lançamento de um modelo para uso em refrigeradores domésticos.
Um projeto-piloto de uso do ozônio para desinfecção do efluente de estações de tratamento de esgoto está servindo de teste para a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). Segundo os técnicos da OZ o produto é muito eficiente na diminuição da turbidez e eliminação da matéria orgânica e patogênica permitindo o reúso da água.
O emprego do ozônio no tratamento da água está se expandindo entre os países europeus por causa da exigência de eliminação do uso cloro nos sistemas públicos de abastecimento até 2005 imposta por uma diretiva da União Européia.

Abetre
A Abetre, fundada em 1998, tem por objetivo representar as empresas associadas diante das indústrias, da sociedade e de órgãos públicos e não-governamentais, além de promover e estimular o constante aperfeiçoamento das tecnologias aplicadas nos processos, a conscientização ambiental e colaborar para a padronização de normas reguladoras.
Atualmente, a entidade reúne 11 companhias e grupos empresariais, que operam 20 unidades receptoras de resíduos, representam 70% do segmento e alocam e tratam os resíduos industriais e de saúde. Essas empresas são responsáveis por 1.600 empregos diretos e têm uma carteira de 3.200 clientes ativos.
Parceria
Experiência, know-how e qualificação. Estas foram as prerrogativas para que a Universidade Tuiuti do Paraná iniciasse uma parceria com a Fundação O Boticário de Proteção à Natureza. Pela primeira vez, a Fundação e uma Universidade se unem na realização de um curso, que conta ainda com a parceria da SPVS – Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental.
O curso de especialização em “Manejo e Conservação da Biodiversidade” será ministrado em conjunto pelas três instituições. “Nosso conhecimento e experiência em capacitação para a conservação da natureza foi decisivo para que a Universidade fechasse essa parceria conosco”, afirma Miguel Milano, diretor da Fundação O Boticário. “Uma parte dos professores do curso faz parte de nosso quadro de funcionários e consultores voluntários. A idéia é aproveitar este material humano de alta qualidade para disseminar conhecimentos que temos na Fundação”, completa Milano.
O curso, que tem inscrições abertas até 1o de agosto, é composto por 19 disciplinas ministradas por 22 professores, num total de 400 horas. Os principais objetivos do curso são a qualificação de profissionais para a atuação em planejamento ambiental e manejo de recursos naturais, a difusão de conceitos e técnicas em biologia da conservação, a formação de pesquisadores, técnicos ou administradores.
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