
Um projeto no valor de 2,18 milhões de euros poderá oferecer a solução para o problema dos resíduos de antibióticos nos efluentes de esgoto. O método, pioneiro, usa processos de oxidação baseados em ozônio.
Das 12.500 toneladas de antibióticos consumidos por ano em todo o mundo uma parte significativa dos resíduos têm sido encontrada nas redes de esgotos municipais e nos efluentes agrícolas. Os cientistas avaliam que este compostos podem contaminar os lençóis freáticos e o solo e consequentemente acelerar o desenvolvimento de resistência em muitos microorganismos patogênicos
O consórcio Poseidon reuniu especialistas de cinco países – Alemanha, Áustria, Finlândia, França e Espanha – mais a contribuição de especialistas da Suíça e Polônia para levantar a situação do problema em toda a Europa e testar a teoria. Monitorando estações de tratamento em vários países foram encontrados 36 diferentes tipos de fármacos. Ao mesmo tempo, foram detectado traços de 30 diferentes tipos de produtos farmacêuticos nos rios e mananciais europeus.
Tendo como ponto de partida a gravidade da situação os especialistas pesquisaram métodos de tratamento de água centrando o foco na eficiência em eliminar fármacos e produtos de cuidados pessoais. Ele concluíram que se o efluente for ozonizado – usando o gás ozônio para desinfecção – o percentual de formação de bactérias resistentes é reduzido consideravelmente.
Essa teoria foi exaustivamente testada em uma série de experimentos de escala na estação de tratamento de esgoto de Braunschweig, Alemanha. O consórcio detectou que o decréscimo na resistência bacterial estava diretamente correlacionado à eliminação dos antibióticos na água ozonizada.
O método de redução da presença de resíduos de antibiótico está sendo considerado um poderoso atalho para a solução do problema uma vez que ainda são precários os dados sobre as concentrações de antibióticos no meio ambiente e como eliminá-los.
Mais informações sobre o tema podem ser encontradas em: www.eu-poseidon.com/
Contra a incineração
Organizações ambientais, em conjunto com diversos grupos comunitários ao redor do mundo, promoveram em 14 de julho, o Dia Internacional Contra a Incineração. O objetivo foi induzir os governos a colocarem um sinal vermelho para esse tipo de tecnologia poluidora, e ao mesmo tempo incentivarem sistemas de gerenciamento de resíduos (lixo) que sejam sustentáveis. Protestos públicos, abaixo- assinados, divulgação de informações e outros eventos foram realizados em vários países.
As manifestações coincidiram com o início da sétima reunião do INC (Comitê Intergovernamental de Negociações) sobre a Convenção de Estocolmo, que trata dos Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs). O encontro foi realizado em Genebra, Suíça, até 18 de julho. Esse tratado, assinado por 151 países, inclusive o Brasil, tem o objetivo de inicialmente pôr fim à fabricação e utilização de 12 substâncias tóxicas, os chamados “Doze Sujos”. Entre elas, estão as dioxinas e os furanos, substâncias potencialmente cancerígenas.
A Convenção classifica os incineradores de resíduos e os fornos de cimento para co-geração de energia por meio da queima de resíduos, como sendo uma das principais fontes de dioxinas, furanos e PCBs (“Polychlorinated Biphenuyls”). Além disso, recomenda o uso de tecnologias alternativas para evitar a geração desses subprodutos. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP) reportou que os incineradores são a fonte de mais de 60% das emissões mundiais de dioxinas.
O Greenpeace Brasil trabalha em conjunto com essa entidades para que os incineradores sejam banidos do país, por meio da proibição desse tipo de sistema de gerenciamento pelo próprio Projeto de Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos, ou por meio de leis específicas que proíbam a incineração. A organização trabalha também pela produção limpa e pelos sistemas de gestão de resíduos que sejam limpos e sustentáveis. Mais informações sobre o tema está disponível no site da organização.
Fonte: Greenpeace
Gestão pública e cidadania
O programa Gestão Integrada de Resíduos em Santo André, implementado na cidade pelo Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental), está selecionado entre os 30 finalistas da premiação do Programa Gestão Pública e Cidadania 2003, realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP) e Fundação Ford. Em agosto, a autarquia receberá uma comissão de avaliadores para constatar a prática do programa.
A Gestão de Resíduos Sólidos de Santo André foi classificada entre as 20 melhores práticas brasileiras da mesma premiação em 2000. Outros dois programas desenvolvidos pelo Semasa também foram selecionados pela FGV entre os 100 melhores programas em 2002 – “Programa de Incorporação dos Serviços de Drenagem, Gestão Ambiental, Gestão de Resíduos Sólidos e Gestão de Riscos Ambientais em uma Autarquia de Saneamento Básico” e “Programa Integrado de Melhoria Urbana TIME”.
Espanha I
Em visita técnica à comunidade autônoma de Galícia, Noroeste da Espanha, o secretário estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná, Luiz Eduardo Cheida, foi conhecer a alternativa que é considerada tecnologia de vanguarda na Europa para destinação e tratamento de lixo.
Dois aspectos chamaram a atenção do secretário. Em primeiro lugar, a concepção de se utilizar um único aterro para atender toda a região da Galícia (gestão integrada de resíduos), abrangendo uma extensão de 200 quilômetros. Outro aspecto interessante é a transformação dos resíduos não recicláveis em energia elétrica.
Espanha II
O consórcio espanhol Intecsa-Ínarsa foi o que apresentou a melhor proposta técnica para a realização do diagnóstico e das alternativas de solução para os problemas de água e esgoto em 227 municípios gaúchos com até 5 mil habitantes.
A avaliação foi feita por técnicos da Secretaria de Obras e Saneamento do Rio Grande do Sul e será remetida para a Espanha para conclusão do processo licitatório no valor de 339,5 mil euros (cerca de R$ 1 milhão) oferecidos pelo Governo Espanhol aos gaúchos. A estimativa é de que o trabalho seja concluído em um ano.
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