
Represa de Itaipu, lado paraguaio, Alto Paraná
Walberto Caballero Achucarro –
Rede de Jornalistas Ambientais da América Latina e Caribe
Técnicos dos países do Mercosul se reuniram nesta central hidroelétrica para trocar experiências sobre os efeitos nocivos del mexilhão dourado, uma espécie de caracóis, que se reproduzem muito rapidamente nas águas doces temperadas (rios, arroios e lagos) da bacia del rio de la Prata. Este molusco ataca represas, captações de água, cascos de embarcações e destrói ecossistemas aquáticos.
Conforme os relatos de experiências do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai, a conclusão é de que o mexilhão dourado (limnoperna fortunei) se constitui em um problema latente que requer uma solução, principalmente para cortar a cadeia reprodutiva e evitar danos a equipamentos de elevado custo de hidroelétricas e dos serviços de distribuição de água potável.
O molusco é originário da Ásia e se presume que ingressou no continente através de embarcações. No rio da Prata foi detectado no ano de 1991, e a partir desta data foram iniciadas as pesquisas com resultados surpreendentes de reprodução e disseminação para águas superiores do rio Paraná, Paraguai e outros afluentes.
O diretor geral paraguaio de Itaipu, engº. Jorge Ayala Kunzle, qualificou de “flagelo pernicioso” a presença invasora do molusco não só nesta central hidroelétrica, mas em outras do setor na região. “Tem um nome bonito (mexilhão dourado) mas de efeitos nocivos”, declarou o engenheiro. O evento internacional, que congregou mais de 100 especialistas da região, segundo Kunzle, faz parte de uma resposta ao pedido dos presidentes do Paraguai e do Brasil, Nicanor Duarte Frutos e Luis Inácio “Lula” da Silva, de atuar de forma conjunta e integral em tudo o que diz respeito ao tema de Itaipu.
O engenheiro Ayala Kunzle aproveitou a ocasião para explicar sobre o Parque Tecnológico de Itaipu, um empreendimento bastante ambicioso que servirá de base referencial para todas as Américas, e uma de sus atividades consiste justamente na convocação de especialistas sobre o mexilhão dourado. O diretor geral brasileiro de Itaipu, Dr. Jorge Samek, também manifestou sua preocupação sobre a presença deste molusco nas águas do Paraná e vários outros rios da região.
O encontro serviu como início de debate internacional sobre o controle del mexilhão dourado. Os participantes combinaram a criação de uma rede para intercambiar experiências sobre resultados obtidos em cada país. Ficou claro que não existe uma receita única para enfrentar o problema, e que as soluções dependem de cada caso.
A invasão e rápida disseminação do mexilhão nas águas dos rios Paraná e Paraná, assim como no lago Ypacaraí, do Paraguai, obriga a redobrar os trabalhos de manutenção para arrancar as colônias que se instalam nos equipamentos das hidroelétricas Itaipu e Yacyretá, assim como nas canalizações das captações de água para potabilização e de tubulações dos emissários cloacais, segundo indicou o engenheiro Alfredo Fortuny, da hidroelétrica Yacyretá. Ele apresentou fotografias do efeito destes moluscos nos filtros e sistemas de operação de Yacyretá, e as ações que realizam para buscar uma solução para o problema, com a troca de filtros com materiais a base de zinco, que repelem a incrustração dos mexilhões.
Edição 167 – 17/07/2003 a 23/07/2003
Veio para ficar
O molusco foi visto pela primeira vez no rio Paraguai no ano de 1998 (7 anos depois de sua aparição no rio da Prata), afetando todo o curso do rio, desde o Paraná até o Pantanal, conforme indicou Márcia Divina de Oliveira, que falou sobre casos do mexilhão dourado no Pantanal.
Conforme os casos apresentados no evento organizado por Itaipu, este molusco provoca sérios danos a sistemas de captação, circulação e drenagem de água, obstruindo tubulações e filtros, como explicaram os representantes do Brasil (caso Lago Guaíba), Argentina e Uruguai.
Em 1998 foram encontrados estes mexilhões na represa de Yacyretá, ameaçando o sistema de refrigeração nas unidades geradoras e outros circuitos de águas de serviço. Também em Itaipu, a 400 km. A montante de Yacyretá, se registram os mesmos problemas.

Membrana no tratamento de esgoto
Um dos maiores projetos de tratamento de esgoto do Canadá, com capacidade para tratar 180 milhões de litros por dia, usará a tecnologia da Zenon, com membranas e deverá estar pronto até 2005. As instalações atuais da Gwinnett County F. Wayne Hill Water Resources Center, na Georgia trata 90 milhões de litros por dia usando tecnologias tradicionais.
Outras duas comunidades da Georgia optaram pelo uso de membranas no tratamento de esgoto. Uma das principais razões para as mudanças de método é a possibilidade de reuso do efluente tratado.
Fonte: Zenon

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