Mais de 90% do moradores do Distrito Federal declararam estar dispostos a participar da solução dos problemas, inclusive reduzindo o consumo de água em casa. A maior resistência em economizar, porém, está justamente entre moradores das áreas que mais consomem – Plano Piloto e Lagos Sul e Norte. São pessoas com maior renda e escolaridade.
O consumo médio do Lago Sul é de 605 litros por habitante/dia, enquanto na vizinha Paranoá o índice é de 99 litros/habitante/dia. A Organização das Nações Unidas considera como adequado o consumo de 200 litros por habitante por dia.
O Ibope ouviu 600 pessoas com 16 anos ou mais, no mês de maio. Do total, 33% identificam o desperdício como um dos maiores problemas em relação à água no DF. Outros 20% apontaram o lixo e 15% o esgoto lançado na água. Ainda, 14% reconhecem as invasões ao redor das reservas de água como um dos problemas mais graves.
Em relação aos hábitos, 42% dizem demorar de 6 a 10 minutos no banho. Novamente, esse índice é maior entre aqueles que têm escolaridade mais alta – 53% deles têm curso superior. Entre os que dizem demorar mais de 10 minutos no banho – 14% do total – destacam-se as mulheres, os mais jovens, com maior escolaridade e renda, moradores do Plano Piloto e Lagos Sul e Norte.
De acordo, com um estudo coordenado pelo WWF-Brasil e realizado pela Fundação Sustentabilidade e Desenvolvimento, Sociedade de Pesquisas Ecológicas do Cerrado e Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos [Finatec], ligada à Universidade de Brasília, se nada for feito para reverter o estado de degradação ambiental das bacias hidrográficas do Distrito Federal, dentro de dez anos a região terá sérios problemas de abastecimento.
O estudo apontou que a integridade ambiental das oito bacias localizadas no DF está ameaçada. A integridade ambiental é definida por um conjunto de fatores relacionados à saúde e auto-regulação dos ecossistemas terrestres e aquáticos e ao uso sustentável dos recursos naturais, entre outros. Em uma das bacias – Samambaia – a integridade ambiental está muito alterada e em quatro está alterada. Outras três bacias estão em estado de alerta. As alterações são provocadas por desmatamento, poluição, assoreamento e despejo de lixo e esgoto.
O comprometimento da integridade ambiental prejudica as reservas de água, provocando problemas de abastecimento. “Esse estudo é um aviso para que as correções possam ser feitas antes que seja tarde demais”, diz Rosa Lemos de Sá, superintendente de Conservação do WWF-Brasil e coordenadora do trabalho. Para evitar a crise é preciso recuperar o que está degradado, não ocupar áreas de mananciais e promover o uso racional da água.
O Distrito Federal foi concebido para uma população de 500 mil pessoas. Atualmente possui cerca de 2,3 milhões de habitantes. Além da demanda hídrica maior do que o planejado, áreas essenciais para a preservação das bacias hidrográficas foram ocupadas e degradadas.
Fonte: WWF-Brasil
Assemae mostra soluções municipais
A Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae) estará realizando no período de 29 de junho a 4 de julho a sua 33a Assembléia Municipal. O evento, marcado para a cidade de Santo André (SP), vai reunir municípios, gestores públicos, pesquisadores e autoridades de todo o país ligadas à área e irá destacar a importância do saneamento como uma forma de inclusão social, além de prever uma feira de exposição de tecnologias e produtos.
“O saneamento é muito mais do que o tratamento de água e esgoto. Ele inclui desde temas como a gestão ambiental até a urbanização de favelas e, em alguns casos, como Santo André, até mesmo a defesa civil”, declara Carlos Pedro Bastos, organizador da assembléia e assistente-coordenador do Comitê de Controle de Perdas do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André). Seminários, mesas-redondas e palestras com as maiores autoridades nacionais em saneamento irão buscar formas de superar os muitos problemas enfrentados pelos municípios brasileiros. Na feira, a empresa Sisgraph apresentará sistemas computadorizados de informações geográficas que fazem a gestão da distribuição da água e o gerenciamento da coleta de esgoto sanitário, otimizando os recursos naturais e evitando desperdícios.
Na busca por soluções para limitar o desperdício, uma das principais armas tem sido a tecnologia. A cidade de Volta Redonda (RJ), por exemplo, digitalizou todo seu sistema de distribuição e fornecimento de água que será apresentado no congresso. Já Santo André está iniciando um programa de substituição dos hidrômetros.
Coleta seletiva
A partir desta quarta-feira (25/06/03) começa a campanha de divulgação da Coleta Seletiva no bairro do Carmo, em Araraquara (SP). O projeto piloto, desenvolvido pela Coordenadoria Municipal do Meio Ambiente, será iniciado em uma área de aproximadamente 4 mil residências e 16 mil moradores. Logo após o final da etapa de divulgação, será iniciada outra, correspondente a Coleta Seletiva propriamente dita, prevista para ser iniciada no dia 30 de junho.
De acordo com informações da Coordenadoria Municipal do Meio Ambiente, a cidade de Araraquara gera, atualmente, 3600 toneladas de lixo por mês, ou seja, 120 toneladas de lixo por dia. No Ecoponto, será feito o trabalho de seleção e separação dos materiais, que serão enfardados e encaminhados para a venda.
Fonte: Prefeitura de Araraquara
Qualidade da água no Chile
Permanece em estado de alerta o sistema público de saúde na região de Quellón, no sul do Chile, diante de um brusco e inusual aumento de casos de doenças gastrointestinais como a hepatite, a febre tifóide, entre outras, nas últimas semanas.
Segundo um informe do jornal La Tercera foram registrados 23 casos de tifo nos últimos 30 dias e em vários pontos da cidade as análises mostraram que a água não apresentava nenhum teor de cloro residual, indispensável para a manutenção da desinfecção em toda a rede de distribuição. Conforme a matéria publicada no jornal chileno já houve outros problemas com a Empresa de Servicios Sanitarios de Los Lagos (Essal).
No ano passado, uma demanda da municipalidade teria chegado até a Corte Suprema, por causa da permissão dada Essal para que uma empresa salmoneira deposite resíduos líquidos industriais na lagoa de estabilização do sistema de esgoto urbano que desemboca no rio Mataderos, onde é captada a água que abastece a cidade.
Exemplo
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Volta Redonda, no Rio de Janeiro, digitalizou todo seu sistema de água, para combater o desperdício, com tecnologia desenvolvida pela Intergraph. Distribuída no Brasil e implantada pela Sisgraph, a solução gerencia o fornecimento de água potável para os 300 mil habitantes e também a coleta e o tratamento do esgoto do município. Trata-se da primeira implementação completa da suíte na América Latina.
“Foi uma inovação total. Uma mudança radical. Tínhamos um cadastro que era totalmente em papel. Agora podemos ver toda a malha no computador e realizar graficamente todas as análises de que precisamos”, conta Evandro Luiz Silva, Supervisor de Geoprocessamento do SAAE de Volta Redonda.
Além de ajudar muito nas análises, quando for necessária a manutenção de uma adutora, por exemplo, o software diz precisamente quem ficará sem abastecimento e gera uma mala direta para avisar os consumidores com bastante antecedência.
O SAAE de Volta Redonda perde 40% de toda a água tratada. Vazamentos, ligações clandestinas e clientes inadimplentes são os principais responsáveis.
Novo presidente
A empresa Águas do Amazonas, que administra o serviço de saneamento de Manaus (AM) tem novo diretor-presidente. É o eng. Marcelo Salles Holanda de Freitas, 47 anos, sendo 25 deles, dedicados a área de saneamento. Engenheiro civil, ele faz parte do Grupo Suez, desde o início de 2002, onde ocupa também, a Diretoria de Saneamento da Suez Ambiental do Brasil.
Até o final de 2001, ocupava a Vice-Presidência Metropolitana da SABESP (Cia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), tendo sob sua responsabilidade todas as atividades da empresa na região metropolitana de São Paulo, atendendo a 17 milhões de habitantes. Freitas foi diretor da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES – Seção São Paulo, entre 1993-1997
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