Um composto formado por matriz de gesso, reforçada por resíduos de contrafortes de calçados, está mostrando um alto potencial para utilização em componentes de vedação interna de edificações. “Os ensaios indicam que a adição de contraforte em matriz de gesso resulta num compósito com excelentes características para uso em construção civil, apresentando comportamento de material reforçado com fibras, que modifica significativamente a característica frágil da matriz de gesso”, explica o professor Cláudio de Souza Kazmierczak, coordenador das pesquisas.
Mensalmente o Vale do Rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul, produz cerca de 80 toneladas (aproximadamente 500 m³) de resíduos do componente utilizado na região do calcanhar do sapato, para garantir beleza, forma e sustentação. Em busca de uma solução com base científica para adaptação do resíduo a um material para a construção civil, a empresa Boxflex procurou a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e daí surgiu uma parceria com outras empresas (Artecola, Bidim e Classil) e o Centro Tecnológico do Couro, Calçados e Afins para desenvolvimento do projeto “Utilização de resíduos da indústria coureiro-calçadista no desenvolvimento de um novo material de construção civil”.
A pesquisa tem financiamento do Programa de Tecnologia para Habitação (Habitare/FINEP) e vem sendo desenvolvida por uma equipe de pesquisadores composta por professores e alunos bolsistas de graduação em Engenharia Civil e Arquitetura, com o apoio de consultores externos.
A mistura confere ao novo material propriedades superiores ao gesso, como alta resistência mecânica ao impacto, à tração na flexão e alta capacidade de suporte de cargas suspensas. “Com isso avaliamos que a adição de resíduos de contrafortes no compósito pode ser uma excelente alternativa de reciclagem a este resíduo industrial, gerando um produto ecológica e tecnicamente correto”, diz o professor.
Do ponto de vista técnico, os resultados alcançados confirmam a premissa de que o contraforte moído confere ao compósito propriedades típicas de materiais fibrosos, como a resistência ao impacto. “Esse comportamento é nitidamente observado nos ensaios, pois os corpos-de-prova sem adição de resíduo submetidos ao ensaio de impacto obtiveram ruptura brusca, enquanto os corpos-de-prova com adição de resíduo apresentaram deformação plástica considerável, revelando um material de maior ductilidade”, avalia a engenheira civil Andréa Kern, que realizou uma série de ensaios com o compósito em sua dissertação de mestrado, um dos trabalhos científicos abarcados pela pesquisa.
Top de Ecologia
O projeto “Reciclagem com Reuso – Em Busca da Sustentabilidade”, da Marcopolo, conquistou o Prêmio Top de Ecologia ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil). A premiação destaca as empresas de todo o País que utilizam métodos para preservar a natureza e respeitam o meio ambiente. Este ano, além da Marcopolo, 11 companhias foram premiadas com diferentes “cases”.
Adotado em outubro de 2001, o projeto de reuso da Marcopolo permite reciclar todo o resíduo de papel gerado nos processos industriais da empresa. O papel “craft”, utilizado no isolamento da pintura das carrocerias, é reciclado após o uso e transformado em papel “semi-craft” e papel ondulado. O “semi-craft” é empregado no isolamento para pintura anticorrosiva e anti-ruído da estrutura interna da carroceria. Já o papel ondulado serve para embalagens e proteção de peças destinadas à exportação e a toda a rede de assistência técnica.
Até junho deste ano foram enviados à Riopel S.A., empresa contratada para fazer o serviço de reciclagem, mais de 250 mil quilos de papel, o que representou uma economia de R$ 42 mil. Com a reciclagem, o ganho ambiental no período foi equivalente à preservação de 5.226 árvores (para cada tonelada de papel reciclado poupa-se 22 árvores adultas).
O projeto “Reciclagem com Reuso – Em Busca da Sustentabilidade” também concedeu à Marcopolo o Prêmio Expressão de Ecologia, na categoria Controle da Poluição – Montadora de Ônibus, entregue no final de novembro, em Florianópolis (SC).
Viabilidade
De acordo com a equipe, a simplicidade para produção é outra vantagem do novo composto. Para fazer a mistura, pode ser usada uma argamassadeira mecânica, e para adequar os resíduos de contraforte à adição na matriz de gesso, basta a realização de uma moagem em moinho de facas.
Em termos de custos, há ainda necessidade de estudos mais apurados, mas avaliações preliminares indicam que trata-se de um material viável para comercialização no mercado. “As matérias- primas utilizadas e a tecnologia necessária para a fabricação indicam que o custo do produto venha a ser muito competitivo em relação materiais existentes no mercado”, avalia o professor Cláudio de Souza Kazmierczak.
Economia de água
Técnicos através da Unidade de Negócio da Sabesp na Baixada Santista,
estiveram reunidos com gerentes das lojas Barateiro da região discutindo a
campanha de Uso Racional da Água. A partir dessa primeira reunião, ocorrida
no final de outubro, aproximadamente 200 empregados, das 44 lojas do Grupo Pão de Açúcar na Baixada Santista passaram a receber informações sobre a
importância de se economizar água.
Educação ambiental
A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) acaba de inaugurar mais um Centro de Educação Ambiental (CEA), desta vez na cidade de São Francisco de Paula, na Serra gaúcha. O espaço será destinado à comunidade escolar e entidades ambientalistas para apresentação e discussão de trabalhos na área do meio ambiente.
Para o superintendente de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da Corsan, Francisco Eduardo de Tolla Goulart, o CEA é mais uma obra que simboliza a mudança de filosofia da Companhia, que deixou de ser apenas uma empresa de saneamento básico, passando a atuar na área do saneamento ambiental.
“Temos a responsabilidade de motivar, educar e transmitir para todos os cidadãos a importância da preservação dos recursos hídricos. O trabalho que desenvolvemos é reflexo de uma empresa pública preocupada com a preservação deste bem tão valioso”, disse Goulart.
A empresa já possui centros de educação ambiental funcionando em Osório, Gravataí, Passo Fundo, Santa Maria, Canoas e Rio Grande.
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