Parte 1
Em 1974, os cientistas da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) descobriram que o cloro, ao reagir com certos materiais orgânicos durante a desinfecção, gerava os chamados trihalometanos (THMs).
Estes compostos são formados pela substituição de dois ou mais átomos de hidrogênio do metano (CH4) por átomos de cloro, bromo ou iodo, podendo resultar nos seguintes compostos : CHCl3 – (Triclorometano ou Clorofórmio), CHCl2Br – (Diclorobromometano), CHClBr2 – (Dibromoclorometano), CHBr3 -(Tribromometano), CHICl2 – (Iododiclorometano), CHClI2 – (Clorodiodometano). Entre os THMs formados foi dada atenção particular ao clorofórmio.
Os estudos toxicológicos realizados em laboratório indicaram que o clorofórmio era carcinogênico para animais de laboratório, mas em níveis muito mais elevados do que os encontrados na água potável. Os temores de que os THMs poderiam ser um carcinogênico humano potencial levaram a EPA a fixar limites na legislação: 100 microgramas/litro. O micrograma representa a milionésima parte do grama. Este limite foi usado também no Brasil a partir de janeiro de 1992 , através da Portaria 36 de 19/01/1990, e mantido na atual Portaria n.º 1469, de 29 de dezembro de 2000, do Ministério da Saúde.
Os principais responsáveis pela formação dos THMs são os agentes precursores naturais existentes na água: ácidos húmicos , fúlvicos e himatomelânicos.
Nos últimos 28 anos, a política de regulamentação de água potável nos Estados Unidos vem se concentrando em balancear os riscos microbiológicos com os riscos da presença de contaminantes químicos na água potável, já que outros desinfetantes alternativos também geram subprodutos de desinfecção que podem ser potencialmente prejudiciais à saúde humana.
Subprodutos
Como exemplo citamos a seguir os subprodutos gerados por outros desinfetantes, seus riscos e a situação quanto à legislação brasileira:
Desinfetante
alternativo
Principais
subprodutos gerados
Risco
potencial à saúde
Consta
na Legislação brasileira?
Dióxido
de cloro
Ions
clorito
Problemas
neurológicos
Sim
Ions
clorato
Formação
de metahemoglobinas no sangue, responsável pela destruição de glóbulos
vermelhos. Pode levar à irritação dos rins e danos no músculo do coração
Não
Ozônio
Bromato
Carcinogênico
Sim
THM
de bromo
Carcinogênico
Sim
Em 1990, a IARC (International Agency for Research on Cancer), Divisão de Pesquisa da Organização Mundial de Saúde (OMS), realizou pesquisas sobre a água potável desinfetada com cloro e concluiu que ela não é classificada como carcinogênica (IARC, 1991).
Em 1994, um relatório publicado pela “International Society of Regulatory Toxicology and Pharmacology” atesta que “a redução da mortalidade causada por doenças de veiculação hídrica, atribuída amplamente à cloração, parece sobrepor-se a qualquer risco teórico de causar câncer, em função das diminutas quantidades de substâncias químicas organocloradas, presentes em água potável desinfetada com cloro”.
Na próxima edição, veja mais informações referentes a estudos realizados sobre subprodutos de desinfecção e as conseqüências trágicas de interpretações errôneas sobre dados relacionados a estes subprodutos.
Sem evidência conclusiva
Esta visão é corroborada pela “American Academy of Microbiology”: “É importante chamar a atenção de que não há evidência direta ou conclusiva que os subprodutos de desinfecção, nos teores encontrados na água potável, afetem a saúde humana… Preocupações sobre a toxicologia dos subprodutos de desinfecção não deveriam comprometer o sucesso da desinfecção de água potável, sem que haja dados que possam embasar decisões em contrário”.
Semana de Comunicação
A Abiclor promove, entre os dias 10 e 14 de junho, a 5ª Semana de Comunicação do Cloro que tem como objetivo estimular crianças e adolescentes a pesquisar e desenvolver trabalhos ligados à saúde pública. Por meio de peças ilustrativas, como o gibi “Saúde é o que Interessa!”, a associação propaga informações sobre a importância do cloro na saúde, preservação ambiental, qualidade da água, noções de higiene e reciclagem. O programa é desenvolvido com estudantes de escolas públicas vizinhas às unidades industriais das empresas produtoras de cloro-soda associadas da Abiclor e os filhos de funcionários dessas companhias. Este ano, mais de 90 mil pessoas, entre estudantes e seus familiares, professores, diretores, funcionários das empresas associadas e seus familiares, participarão da Semana de Comunicação.
A Semana de Comunicação propaga a importância de se prevenir doenças, preservar o meio ambiente, aderir ao uso racional da água e viver de forma saudável, auxiliando os professores no fortalecimento do ensino e influenciando positivamente o desempenho dos alunos.
Este ano, a Semana de Comunicação será no formato gincana, com competição entre classes, que apresentarão um trabalho de colagem, pintura, escultura, fotografia ou maquete, baseado no gibi ilustrativo Saúde é o que Interessa!.

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