
O principal benefício da água potável clorada é a proteção da saúde pública através do controle das doenças transmitidas pela água. O cloro desempenha uma função primordial, pois é ele que controla os agentes patogênicos na água. O fato é facilmente comprovado quando se observa que os países desenvolvidos, onde praticamente 100% da água é tratada, estão virtualmente livres de doenças como febre tifóide e cólera.
O abastecimento de água sem tratamento adequado é a maior ameaça para a saúde pública, especialmente em países menos desenvolvidos onde quase a metade da população consome água contaminada. Nestes países, doenças como cólera, febre tifóide e disenteria crônica são endêmicas e matam jovens e velhos.
Em 1990, mais de 3 milhões de crianças menores de 5 anos morreram de doenças diarréicas, no mundo inteiro. Lamentavelmente, em muitos locais, praticamente não há disponibilidade de abastecimento de água potável devido à pobreza, pouca informação e falta de infra-estrutura de tratamento e distribuição.
Os grupos assistenciais internacionais, incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) vêm fornecendo ao longo dos anos assistência técnica e programas de educação visando a melhorar as práticas de abastecimento de água e saneamento. Calcula-se que estas melhorias podem prevenir 25% dos casos de doenças diarréicas e reduzir a mortalidade infantil em níveis equivalentes.
Segundo a Academia Americana de Microbiologia : “o requisito mais importante que se deve realçar é que não se deve comprometer a desinfecção de um abastecimento público de água” (Ford & Colwell, 1996).
Exemplo
Um exemplo recente da contínua ameaça das doenças transmitidas pela água, à saúde pública, ocorreu no Peru, em 1991. Devido à ausência ou insuficiência de desinfecção da água potável surgiu uma epidemia de cólera que se propagou por 19 países latino-americanos, gerando 1 milhão de casos e cerca de 10.000 mortes (Craun, 1996). Esta desinfecção inadequada, supostamente se baseou em interpretações equivocadas de alguns estudos, realizados nos Estados Unidos, a respeito de riscos potenciais de subprodutos clorados gerados na desinfecção. Estas estatísticas reforçam o conceito de que a desinfecção de água deve ser uma ferramenta essencial para a proteção da saúde pública mundial.

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