
Comunicação e educação ambiental são instrumentos decisivos para a mobilização das comunidades segundo o painel sobre este tema no 4º Encontro de Comitês de Bacia, realizado em Balneário Camboriú. Na palestra que abriu os debates a jornalista Cecy Oliveira, editora da Revista Águaonline, utilizou os ensinamentos do educador colombiano Bernardo Toro para mostrar a estreita vinculação entre a informação da comunidade e a mobilização e destacar a importância da comunicação nas atividades dos comitês de bacia hidrográfica.
“É importante que a população entenda as questões básicas relacionadas com a gestão dos recursos hídricos para que possa se integrar às atividades dos comitês e batalhar pela preservação da água em casa, no trabalho, no seu dia-a-dia” , disse a jornalista. E exemplificou que palavras como outorga e enquadramento devem ser facilmente entendidas pela população. Se isto não acontecer a gestão vai se esgotar no âmbito dos comitês e órgãos públicos.
Ela relatou as atividades que vêm sendo desenvolvidas em todo o continente latino-americano no Dia Interamericano da Água (DIAA) celebração que completa 10 anos e se reproduz na maioria dos países com grande entusiasmo e participação. Cecy Oliveira ressaltou a importância do trabalho dos comitês junto à imprensa pelo poder de disseminação de informações e usou o exemplo da publicação digital como instrumento de informação de vários segmentos, desde estudantes do ensino fundamental à universidade, passando pelas donas-de-casa, trabalhadores e especialista que têm “uma grande sede de informação”.
A importância das redes
O painel teve também a participação da jornalista Malu Ribeiro, do colegiado coordenador do Fórum Nacional dos Comitês e da Rede e vice-presidente do Comitê de Bacias Hidrográficas dos rios Sorocaba e Médio Tietê (CBH/SMT) que abordou as redes de comunicação e apresentou o case da Rede de Águas que atua na disseminação de informações para todo o Brasil, mas com ênfase para o Estado de São Paulo.
Malu Ribeiro enfatizou a necessidade de que as informações e conteúdos relacionados com a gestão das águas cheguem aos jornalistas e que esse fluxo seja permanente e o mais amplo possível, utilizando todos os meios de comunicação, da internet à televisão, do rádio aos grandes e pequenos jornais.
Educação Ambiental I
Uma experiência de educação ambiental foi mostrada pelo professora Ione Gutierres, do Comitesinos e que destacou a atuação de uma rede de educadores da região do Vale do Rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul e vem consolidando a utilização da influência da escola na disseminação de informações e orientação da comunidade. Ela revelou que as escolas estão vivenciando amplamente a experiência do enquadramento e auxiliando na mobilização da comunidade.
Uma das atividades que as escolas desenvolvem é mostrar cada trecho da bacia e destacar as características, de acordo com a classificação da Resolução 20 do Conama. Com isto, destacou Ione, fica fácil para a comunidade entender o que é classe e como se dá o enquadramento.
Educação ambiental II
Os debates deixaram claro que os comitês devem ampliar a participação das comunidades utilizando as formas e meios de comunicação e educação para a mobilização em defesa da preservação dos recursos hídricos. Houve sugestões para que estes temas sejam destacados nos próximos encontros de comitês.
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