O que se esconde no oceano

Oceanos: regulando o clima.

Especial:Nasa

O escritor Arthur C. Clarke disse uma vez ser inadequado chamar o planeta Terra, quando em realidade é Oceano. Os oceanos da Terra são únicos no sistema solar e o planeta seria inabitável sem eles. Entre suas funções está a atenuação de temperaturas extremas durante as estações; evaporam e são provedores de água para a vida sobre a Terra; e a vida marinha constitui um elemento-chave na cadeia alimentícia em nível planetário. Mais ainda: os oceanos desempenham um papel importante, mas até agora não muito bem entendido, nas mudanças do clima.

O conhecimento dos oceanos é importante, mais eles ainda permanecem como um mundo desconhecido embaixo das ondas que começa a ser desvendado pelo trabalho de uma dupla de satélites chamados de GRACE (Gravity Recovery And Climate Experiment, ou Experimento de Recuperação Gravitacional e Clima) que abrirá uma nova janela para esse mundo desconhecido. Os dois satélites foram lançados no último dia 17 de março e farão uma cuidadosa varredura debaixo dos oceanos, medindo pequenas mudanças na gravidade – mudanças causadas pela água em movimento e pela mudança das camadas de gelo.

“Podemos observar alguns fenômenos como as águas em movimento ao redor das bacias oceânicas e mudanças nas correntes marinhas a grandes profundidades”, disse Michael Watkins, cientista do projeto GRACE da Nasa no Laboratório de Propulsão.

Campo gravitacional

Os dois satélites idênticos giram sobre a mesma órbita – um a 220 km adiante do outro. Á medida que orbitam em torno da Terra, a trajetória do primeiro satélite será afetada por leves mudanças da gravidade presente em distintas regiões, que alteram sua posição em relação ao segundo satélite. Desta maneira, GRACE poderá detectar flutuações muito pequenas no campo gravitacional da Terra, medindo a distância entre os dos satélites com extraordinária precisão – os satélites podem detectar uma mudança na distância que os separa de quase 1/50 da espessura de um fio de cabelo humano.

Uma fonte de tais flutuações são os glaciares e as calotas de gelo. GRACE medirá a massa dos depósitos de gelo ao redor do mundo, e talvez algo mais importante, a velocidade em que suas quantidades variam. Esta informação revelará que quantidade de água doce está entrando nos oceanos desde os glaciares em processo de descongelamento, e dará aos cientistas que estudam o clima uma melhor idéia da severidade de mudanças globais no clima.

Vendo o fundo do mar

As medições da gravidade também podem ajudar os cientistas que estudam os oceanos de maneira indireta. Por exemplo, dados precisos da gravidade podem tornar mais precisas as estimativas das temperaturas da superfície do Oceano Pacífico. “Quando uma região do oceano se aquece”, explica Victor Zlotnicki, cientista do JPL que estuda o oceano, “a coluna de água se expande verticalmente. Isto eleva o nível do mar. Um radar altímetro como o que se encontra a bordo dos satélites pode medir esta altura com centímetros de precisão.

Quando o altímetro “vê” um aumento na altura local, nos inclinamos a pensar que a coluna de água está aquecendo – e normalmente esse é o motivo.” Mas, continua, podem existir outras causas do aumento no nível do mar. Por exemplo, “o vento pode fazer girar grandes regiões do oceano e deformar sua superfície, empurrando-a para as áreas costeiras – da mesma maneira que uma lavadora de roupa impulsiona a água desde o centro para as paredes durante o ciclo de centrifugação”.

Assim, quando um altímetro registra uma elevação no oceano, isso se deve a uma expansão da água devido à elevação da temperatura, ou a uma acumulação da água sobre a superfície do oceano produzida pelo vento? GRACE poderá dar a resposta. A absorção de calor por parte de uma coluna de água eleva sua altura mas não muda sua massa. O aumento no volume da água, entretanto, modifica ambas as características. Desta maneira, GRACE pode distinguir entre ambas as possibilidades, simplesmente medindo a massa.

Mas a quem interessa conhecer as temperaturas da superfície do mar com tanta precisão?

A qualquer um que esteja interessado no clima. Por exemplo, as temperaturas do oceano Pacífico são signos reveladores que indicam a possível ocorrência futura do fenômeno “El Niño”. GRACE melhorará as previsões sobre El Niño de maneira indireta, oferecendo informação que permitirá um melhor entendimento das águas do Pacífico.

“Outra habilidade surpreendente de GRACE”, lembra Zlotnicki, “é que pode medir as correntes no fundo do oceano. Isto é possível porque as correntes fluem quando a pressão em um ponto é maior do que em outro. A pressão em um ponto do fundo do oceano é proporcional à massa da atmosfera e da coluna de água que o cobre. Por meio da medição desta massa agregada, GRACE será o primeiro sistema satelital que poderá “ver” o fundo através do oceano e detectar as correntes nessa zona.

Créditos e contatos

Autores: Dr. Tony Phillips, Patrick L. Barry

Funcionário Responsável da NASA: Ron Koczor

Editor de Produção: Dr. Tony Phillips

Curador: Bryan Walls

Relações com os Meios: Steve Roy

Tradução para Espanhol: Gonzalo Estavillo

Tradução de Gráficos: Boris G. Simmonds

Editor em Espanhol: Hector Medina

Suinocultura

O Ministério do Meio Ambiente está iniciando uma ação conjunta nos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, um programa para resolver o problema ambiental causado pela suinocultura. O Brasil é o 6º produtor mundial de suínos, com um rebanho de cerca de 30 milhões de cabeças (14,3 milhões só na região Sul),

resultando em milhares e toneladas de dejetos lançadas nos rios sem qualquer tratamento. No total serão investidos nos estados cerca de US$ 19,6 milhões nos

próximos três anos, sendo US$ 13 milhões do MMA e US$ 6,5 milhões a título de contrapartida. O programa será executado no período de três anos e prevê investimentos de US$ 2,94 milhões oriundos do Programa Nacional do Meio Ambiente do MMA (PNMA II) e US$1,53 milhão como contrapartida do estado. A Embrapa será responsável pela execução do projeto, implantado inicialmente nos municípios de Concórdia e Braço do Norte. Para implantação do projeto foram selecionadas áreas típicas de produção de suínos, com severo comprometimento dos recursos naturais.

A idéia é alcançar a redução do volume de dejetos por meio da diminuição do consumo de água nas instalações suinícolas, na conversão de sistemas de criação e pelo desvio de águas pluviais nos sistemas de armazenagem de dejetos. O desenvolvimento de um

plano agronômico de utilização dos dejetos permitirá sua utilização como fertilizantes.

O PNMA II tem como objetivo estimular a adoção de práticas sustentáveis em diversos setores com atividades que causem impacto no meio ambiente e contribuir para o fortalecimento do poder público para a gestão ambiental no país. O programa, no valor de US$ 300 milhões, está sendo financiado com recursos do Banco Mundial a serem desembolsados até 2009.

Fonte: Ascom/MMA

Agenda 21

A reunião da Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável do Ministério do Meio Ambiente (MMA) definiu assuntos que serão levados este ano à Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+10), em Joanesburgo, África. Entre os temas estão a destinação final de lixo, medidas para a redução das taxas de desmatamento e gestão de recursos hídricos.

O governo brasileiro deve incluir também ações que têm sido realizadas para na solução de problemas envolvendo resíduos sólidos, além das agendas da Amazônia (documentos regionais com apoio de segmentos da sociedade, governos municipal, estadual e federal).

A previsão é de que o relatório final com as sugestões para a Agenda 21 esteja finalizado em junho. O documento tratará ainda de questões sobre problemas urbanos, agricultura sustentável, gestão dos recursos naturais renováveis e correção das desigualdades sociais. (Agência Brasil)

Rios contaminados

Cerca de 78% dos municípios colombianos contaminam as fontes hídricas do país ao despejar suas águas residuais diretamente nos rios, mares, lagoas e lagos sem nenhum tipo de tratamento, segundo um informe do Ministério do Meio Ambiente.

Gerardo Piña, chefe da Direção Ambiental do ministério, assegurou que “se não houver tomada de consciência sobre a importância e valor da água, 64% da população urbana da Colômbia, cerca de 30 milhões de pessoas, terão escassez do líquido em 2016, segundo projeções do ministério. Pelo menos 237 povoados, disse Piña, realizaram grandes esforços para construir estações de tratamento com filtros, lagoas de estabilização e lodos ativados. Outros 41 sistemas se encontram em construção. Entretanto, assegurou que sabia que “somente 24 estações de tratamento operam com eficiência”. A Colômbia é o terceiro país com maiores recursos hídricos no mundo, mas também registra um dos maiores índices de contaminação em seus principais rios.

Especial da Colômbia: Francisco Hernandez-Montoya

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