Poluição do ar causa 200 mil mortes por ano na América Latina

O aumento do número de carros de passeio nas cidade situadas em altitudes elevadas na América Latina deu uma contribuição decisiva para o aumento da poluição do ar, responsável por mais de 200 mil mortes anuais no continente, segundo uma matéria publicada pelo jornal The Economist. Conforme a OMS esta estimativa de mortes – a maioria delas entre a população mais pobre – é atribuída às partículas em suspensão originadas do carros.

Os efeitos da poluição são potencializados a altitudes elevadas cujo exemplo mais marcante é o da cidade do México, conforme o periódico. Em Santiago do Chile, o governo vem adotando desde 1996 um certificado de “permissão para poluir” para empresas, que pode ser transacionado no mercado. Os bons resultados obtidos, segundo pesquisas mencionadas na matéria do The Economist, estão levando as autoridades a pensar em algo semelhante para os automóveis embora a capital chilena tenha um outro problema a levar em conta: a quantidade de carros antigos usados pela população mais pobre.

O quanto estamos contaminando

A Colômbia é altamente vulnerável aos efeitos das mudanças que podem fazer desaparecer 95% das neves das montanhas. Esta é uma das conclusões registradas na Comunicación Nacional, um documento apresentado pelo órgão ambiental (Ideam) e o Ministério do Meio Ambiente, para atender ao compromisso que assumiram os países participantes da Cúpula da Terra, realizada no Rio de Janeiro, em 1992.

Este documento traz um inventário das emissões de gases de efeito-estufa e as correspondentes medidas de adaptação para as zonas costeiras e insulares do país.

O balanço que cada nação apresente será muito útil para tomar decisões transcendentais na próxima Cúpula de Mudanças Climáticas que se realizará em Johannesburgo (África do Sul) entre 26 de agosto e 4 de setembro deste ano.

Segundo o documento, o gás de efeito-estufa emitido em maior quantidade na Colômbia, em um período de quatro anos, foi o dióxido de carbono. Em 1994,

último ano das medições, as emissões nacionais de dióxido de carbono aumentaram em 21,4% em relação a 1990, quando começou a ser feito o inventário. As fontes que mais contribuíram para esta cifra foram as correspondentes ao módulo de energia (entre elas, a do setor transporte), responsável por 71,8% do total.

Enviou: Francisco Hernandez – Colômbia

Degelo

Um verão excepcionalmente quente e prolongado no hemisfério sul pode ter sido a causa do desprendimento de um bloco de 3.200 quilômetros quadrados da barreira de gelo Larsen, na Antártida. Segundo os especialista o surpreendente foi a rapidez com que aconteceu o derretimento em uma região onde não haviam acontecido mudança na estrutura das geleiras nos últimos 12 mil anos. O temos dos estudiosos do comportamento das geleiras é que este seja apenas o começo de mudanças dramáticas que podem acontecer no continente gelado. O aquecimento global, causado principalmente pelos gases de feito-estufa, está registrado nos chamados “testemunhos do gelo” (montanhas com masi de 500 mil anos)indicando que a presença do dióxido de carbono na atmosfera aumentou mais de 30% nos últimos séculos.

Guarda-bosque

Na Costa Rica, 120 famílias guaymíes receberão serviço de energia solar. Em troca devem proteger os 30 hectares de bosques de sua reserva durante a próxima década. O projeto dotará de painéis solares para as casas dos indígenas guaymíes da comunidade de Alto Laguna, 332 quilômetros a sudoeste da capital. Os indígenas deverão buscar o desenvolvimento sustentável com atividades como ecoturismo, artesanato, banco de sementes ou uso de madeira caída. O programa é impulsionado pela Biomass Users Network, o Fundo das Nações Unidas para o Meio Ambiente Mundial e a Fundação Tierras Unidas Vecinales por el Ambiente. Fonte: Radipaz

Universidades

Universidades da América Latina, do Caribe e da Espanha fizeram uma aliança para enfrentar os problemas ambientais e de desenvolvimento da região latino-americana, empregando uma ética ecológica que faça parte da educação, da pesquisa e tenha um vínculo com a sociedade. Pesquisadores e acadêmicos reunidos, na Costa Rica, concordam que a universidade deve fornecer soluções científicas e tecnológicas para abrir caminho em direção a um modelo de desenvolvimento com eqüidade que não comprometa os recursos das gerações futuras.

“Temos formidáveis desafios ambientais. Ainda não existe um modelo econômico adequado para o desenvolvimento. Não podemos seguir os passos dos Estados Unidos, Japão e Europa, e, com o velho modelo, não cabemos todos neste planeta”, sustentou, na quarta-feira, em Alajuela, 22 quilômetros a Noroeste da capital costarriquenha, o mexicano Mario Molina, Prêmio Nobel de Química. “As universidades devem tomar este desafio impondo mudanças no ensino e na abordagem dos conteúdos curriculares, para dar espaço aos problemas ambientais reais e a uma ética ambiental e social”, disse Molina no seminário “A academia universitária em um encontro pelo desenvolvimento sustentável”.

Representantes de 19 centros de estudos superiores da Argentina, Colômbia, Costa Rica, Bolívia, Brasil, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Venezuela e Uruguai ressaltaram a importância da recuperação dos valores e da formação humanista que impulsionou o nascimento das universidades no mundo ocidental. A Aliança Latino e Ibero-Americana de Universidades pelo Desenvolvimento Sustentável se propõe a “fomentar e desenvolver ações de pesquisa, educação e serviços sustentáveis em matéria econômica, ecológica e social, incluindo a governabilidade como uma de suas facetas”, conforme afirma em sua ata de fundação.

(IPS)

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