
Especial: Nasa
Neal Isbell se prepara para seu dia de trabalho carregando sua camioneta com as ferramentas básicas para as atividades agrícolas: seu gorro, um par de botas extra, uma bolsa com seu almoço e seu cão. Não se esquece de seu computador portátil nem do receptor de GPS (Sistema de Posição Geográfica, ou Geographical Positioning System, em inglês).
“O computador portátil é agora uma parte essencial de nossa operação agrícola e preciso ter cuidado para evitar que o cão o pise”, brinca Isbell. Sua família vem cultivando a terra no norte de Alabama por seis gerações – mas Isbell não está administrando a propriedade como seus antepassados fizeram. Ele pertence a uma nova geração de produtores chamados agricultores de precisão.
Os agricultores de precisão utilizam dados provenientes de satélites e aviões que voam a grandes altitudes para localizar com exatidão problemas de drenagem, insetos e pragas. Sabem onde se necessita fertilizantes – e onde não são necessários. Descobrem doenças — e fumigam só as áreas infectadas. É um novo enfoque à agricultura, surpreendentemente natural, o que é benéfico para o meio ambiente e rentável para o produtor.
“Estamos vendo ganhos reais na aplicação de fertilizantes”, diz Isbell, “e nossos campos são produtivos de maneira mais uniforme do que antes”.
Em 1999 a NASA lançou um programa chamado Ag20/20 — uma associação entre a indústria e o governo com a participação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. ASPAS Estamos educando os produtores a respeito da tecnologia de agricultura de precisão e obtendo uma excelente evidência de que se paga por si mesma ASPAS, explica Rodney McKellip, que dirige o programa desde o Centro Espacial Stennis da NASA, no Mississipi.
O agricultor de precisão Neal Isbell é um produtor de algodão que cultiva 4.200 acres. Estas extensas granjas são difíceis de inspecionar simplesmente caminhando ou dirigindo através do campo; os agricultores de precisão se beneficiam da visão em conjuntoque lhes proporcionam um satélite ou um avião.
“Utilizamos satélites comerciais”, disse McKellip, “assim como também câmaras a bordo de aeronaves”. As câmaras utilizadas na agricultura de precisão são especiais para este propósito. Podem fotografar um campo não só nas longitudes de onda da luz visível para o ser humano, mas também nas regiões do infravermelho.
“Percebemos que as imagens no infravermelho são com freqüência mais úteis para diagnosticar as condições de um cultivo”, anota McKellip.
Aqui e agora
Um dos desafios mais importantes para a agricultura de precisão é obter os dados quando ainda são recentes. Os produtores que têm cultivos de rápido crescimento necessitam saber o estado de seus campos agora, não como estavam dias ou semanas atrás. “Obtemos dados processados por computador de sistemas aéreos que chegam ao agricultor em 24 horas”. As imagens satelitais, que requerem mais tempo para serem enviadas à Terra e processadas, podem demorar entre 2 a 7 dias para chegar ao agricultor. Entretanto, estas demoras não serão sempre um problema. “A tecnologia está avançando rapidamente e mais satélites comerciais estão sendo lançados a cada ano”, acrescentou.
Talvez dentro de só uma década, Isbell descerá de seu trator com um computador do tamanho da palma da mão, em contato direto com satélites em órbita ao redor da Terra. A tela mostrará um mapa de estresse de cultivo de alguns minutos atrás. Uns poucos botões clicados… e sistemas automatizados se dirigirão rapidamente ao centro do problema, avaliando quais as quantidades necessárias de pesticida, fertilizante e água.
Trabalho conjunto
Outros sócios do programa Ag20/20 incluem a Associação Nacional de Produtores de Milho, o Conselho Nacional do Algodão, a Junta Unida de Soja e a Associação Nacional de Produtores de Trigo. O Ag20/20 tem se ocupado principalmente do milho, soja, algodão e trigo, “porque estes são os quatro produtos agrícolas mais importantes nos Estados Unidos”, disse McKellip. Este ano, entretanto, o programa se estenderá para incluir hortas na Flórida e Washington, e cultivos de perenes no Nordeste.
Infravermelho
Charles Hutchinson, do Escritório de Ciências da Terra, com sede nos Escritórios Centrais da NASA, explica: as plantas refletem eficientemente a luz proveniente do Sol na zona do infravermelho. Quando as células das folhas estão sadias e hidratadas, dispersam a radiação destas longitudes de onda em todas as direções. Mas quando as folhas começam a murchar — devido ao estresse produzido por solos áridos, pestes ou enfermidades – refletem menos a luz incidente. Nas imagens do infravermelho os cultivos com problemas aparecem como manchas mais escuras do que o normal. “A zona do infravermelho do espectro electromagnético é mais sensível do que a luz visível”, diz McKellip. Como resultado, essas imagens podem localizar com exatidão regiões com problemas antes que sejam perceptíveis para o olho humano. Uma vez que as regiões com problemas tenham sido identificadas, o agricultor pode enviar uma unidade de reconhecimento para determinar o que está acontecendo. Por exemplo, Neal Isbell enviou exploradores a seu campo para coletar amostras do solo. “Utilizamos os receptores GPS para determinar nossas posições”, disse Isbell. As amostras revelaram uma alteração do pH em algumas áreas — facilmente corrigível agregando ao solo um pouco de cal.
Créditos e Contatos
Autores: Steve Price, Dr. Tony Phillips
Funcionário Responsável da NASA: Ron Koczor
Editor de Produção: Dr. Tony Phillips
Curador: Bryan Walls
Relações com os Meios: Steve Roy
Tradução para Espanhol: Gonzalo Estavillo
Tradução dos Gráficos: Boris G. Simmonds
Editor em Espanhol: Hector Medina.
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